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Vitória da Conquista

Pesquisa da Uesb investiga expansão da “doença de jardineiro” em Vitória da Conquista

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O aumento dos casos de esporotricose em Vitória da Conquista (BA) tem chamado a atenção de pesquisadores e autoridades.

A doença, conhecida como “doença de jardineiro”, é uma infecção fúngica que pode ser transmitida entre animais e humanos, especialmente por meio de gatos, que são mais vulneráveis ao fungo devido ao hábito de enterrar suas fezes em solos, onde o agente causador é encontrado.

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), por meio da professora Gabriele Marisco, do Departamento de Ciências Naturais (DCN), iniciou uma pesquisa intitulada “Incidência de esporotricose no município de Vitória da Conquista (Bahia) e desenvolvimento de fitoprodutos”, que busca entender a disseminação da doença e desenvolver tratamentos.

No Brasil, a esporotricose é considerada uma doença negligenciada, já que não há obrigatoriedade de notificação dos casos em animais.

Em 2023, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica com recomendações para a vigilância de casos em animais, mas a coleta de dados permanece um desafio.

Em Vitória da Conquista, a pesquisa liderada por Gabriele coletou informações junto a laboratórios particulares e identificou mais de 400 casos positivos entre 2018 e 2023.

Com base nesses dados, a pesquisa pretende mapear os bairros com maior incidência, além de promover ações educativas sobre a identificação e prevenção da doença, com uma cartilha voltada à população e aos profissionais de saúde.

Outro foco da pesquisa é o desenvolvimento de um fitoproduto à base de extrato de seriguela, que tem mostrado eficácia antifúngica em testes in vitro contra o fungo causador da esporotricose.

Agora, a equipe aguarda a liberação do Comitê de Ética para iniciar os testes in vivo, etapa necessária para avaliar a eficácia do fitoproduto e possíveis efeitos colaterais nos animais.

Segundo Gabriele, é essencial avaliar tanto a ação antifúngica quanto a segurança do produto para garantir seu uso no combate à doença.

Como a pesquisa funciona

O tratamento contra a esporotricose geralmente é longo e, a depender do caso e da gravidade do estado de saúde do animal, pode levar até um ano e meio.

Para conduzir o estudo e tratar os animais contaminados, a professora Gabriele Marisco buscou firmar parcerias com ONGs, médicos veterinários e laboratórios, garantindo suporte durante o processo.

Após o atendimento clínico inicial, os tutores dos animais são acompanhados semanalmente por meio de aplicativos de mensagens, para monitorar a resposta ao tratamento.

O retorno dos animais à clínica deve ser feito uma vez por mês para novas avaliações.

 

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