A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) anunciou, neste domingo, 5 de janeiro, o reforço do policiamento em Jequié, após a cidade registrar oito mortes violentas entre a tarde de sexta-feira (3) e a madrugada de domingo (5).

De acordo com a SSP-BA, o objetivo é intensificar o combate às facções criminosas envolvidas com tráfico de drogas e armas, homicídios, roubos e corrupção de menores. As ações serão conduzidas pelas Polícias Militar e Civil, com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). O esforço conjunto visa localizar líderes criminosos e apreender armas e drogas.

A Polícia Militar deflagrará a Operação Hórus, envolvendo a Companhia Independente de Policiamento Especializado, conhecida como “Caatinga”. A operação, que já foi aplicada em Salvador no final de 2024, busca ampliar a repressão qualificada.

Equipes da Coordenação de Apoio Técnico e Tático (CATTI), do Departamento de Polícia do Interior em Salvador e Vitória da Conquista, juntamente com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), estão em Jequié desde as primeiras horas do domingo.

A SSP-BA informou que trabalhos de inteligência já resultaram na apreensão de câmeras instaladas por criminosos para monitorar a movimentação da polícia.

Oito homicídios em um fim de semana

Jequié registrou oito homicídios no fim de semana. Três pessoas foram mortas na sexta-feira, outras três no sábado, e um casal foi assassinado no domingo. Uma criança também foi baleada em um ataque na Avenida Lomanto Júnior, no bairro Joaquim Romão, quando atiradores mataram um homem, identificado como Marcelo, em um beco.

No mesmo bairro, em frente ao Terminal Rodoviário, duas mulheres se desentenderam, resultando em agressões com garrafas. A agressora foi presa pela Polícia Militar e a vítima, socorrida pelo Samu 24H. Todos os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.

No domingo, um casal foi encontrado morto a tiros no Residencial Mandacaru 2. Segundo a PM, homens com roupas camufladas foram vistos circulando pelo local. As vítimas, Maria Clara Silva e Abraão Almeida, foram encontradas em frente a uma casa, sem roupas, com marcas de tiros e tortura. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou a perícia e removeu os corpos.

Em 2024, Jequié registrou mais de 80 homicídios, representando um aumento de 35,5% em relação a 2023. O município também figurou entre os mais violentos no Fórum Brasileiro de Segurança Pública e no Atlas da Violência 2024, destacando-se como uma das cidades com maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes na Bahia.