A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o motorista de um caminhão e o proprietário de uma empresa de transporte pelo acidente que resultou em 39 mortes em Teófilo Otoni (MG).
Ambos foram acusados de homicídio com dolo eventual, que ocorre quando se assume o risco de matar. O caso aconteceu no final do ano passado, após um bloco de quartzito se desprender do caminhão e colidir com um ônibus, causando um incêndio.
Além disso, ambos foram responsabilizados por lesão corporal contra sobreviventes do acidente, que deixou mais 11 pessoas feridas. Segundo as investigações, o motorista havia modificado a estrutura do veículo para suportar sobrepeso. A perícia determinou que a carga transportava 77% mais peso do que o permitido e que o caminhão trafegava em alta velocidade no momento do acidente.
O inquérito policial revelou que o motorista também é acusado de fuga do local e omissão de socorro, enquanto o dono da empresa foi acusado de falsidade ideológica por adulterar informações sobre o peso da carga.
Exames toxicológicos realizados pela polícia indicaram a presença de álcool e drogas no organismo do motorista, fato contestado pela defesa, que apresentou outro exame com resultado negativo. A análise da corporação foi realizada com a colaboração da Unicamp.
Com a conclusão das investigações, o caso foi encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se apresentará denúncia contra os envolvidos. Até o momento, a defesa dos acusados não respondeu às tentativas de contato. A Polícia Civil também apresentou uma simulação do acidente, que envolveu outros veículos, destacando que alterações feitas no caminhão contribuíram para a tragédia.
O delegado Amaury Albuquerque destacou que “o resultado era certo e foi aceito pelos responsáveis, talvez em busca de lucro”. O relatório técnico concluiu que a velocidade excessiva e o sobrepeso foram determinantes para o tombamento do veículo, levando ao acidente.