Durante o Carnaval de Salvador de 2025, entre 19 de fevereiro e 4 de março, 303 vendedores ambulantes foram resgatados em condições análogas à escravidão por auditores-fiscais do Trabalho. A ação foi conduzida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo informações da Inspeção do Trabalho, os trabalhadores, contratados para vender bebidas da Ambev, enfrentavam condições degradantes e jornadas exaustivas. Eles eram obrigados a dormir nas ruas, em barracas improvisadas ou diretamente no chão, expostos a condições adversas como frio, chuva e violência urbana.
As jornadas de trabalho começavam pela manhã e se estendiam até a madrugada, sem intervalos adequados para descanso. Muitos trabalhadores não tinham acesso a instalações sanitárias adequadas, sendo forçados a pagar para usar banheiros ou recorrer a locais inadequados.
Diante das condições encontradas, os auditores-fiscais autuaram a Ambev, responsável pelos kits de bebida, como empregadora direta, devido ao controle exercido sobre as atividades dos vendedores. Tanto a empresa quanto a Prefeitura de Salvador foram notificadas e responsabilizadas pelas condições de trabalho impostas.
Os trabalhadores resgatados receberam guias para acesso ao seguro-desemprego especial e o pagamento das verbas rescisórias. O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho para adoção de medidas legais cabíveis, e autoridades competentes foram acionadas para apurar responsabilidades criminais.
A fiscalização destacou que a maioria dos trabalhadores resgatados eram mulheres negras.