A explosão de uma fábrica clandestina de fogos de artifício na zona rural de Maragogipe, no Recôncavo Baiano, resultou na morte de dois irmãos e está sob investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
O incidente ocorreu no dia 24 de junho de 2025, na comunidade de Samambaia, e exigiu o uso de um helicóptero para o resgate das vítimas.
Os irmãos João Vitor de Jesus Batista, de 17 anos, e David Miguel de Jesus Batista, de 25 anos, não resistiram aos ferimentos e faleceram em unidades de saúde da região. João Vitor morreu no dia 30 de junho, enquanto David faleceu em 2 de julho, após uma semana hospitalizado.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho na Bahia, uma série de operações conjuntas realizadas este ano resultou na apreensão de 2,8 milhões de fogos ilegais e na prisão de duas pessoas.
As operações, denominadas “Brincar com Fogo” e “Em Chamas”, envolveram o MPT, Polícia Civil, Departamento de Polícia Técnica, Exército e Superintendência Regional do Trabalho (SRT-BA).
Além de Maragogipe, materiais clandestinos foram apreendidos em cidades como Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Sapeaçu, Serrinha e Feira de Santana. Em Alagoinhas, cinco trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão. Os materiais apreendidos foram destruídos.
Investigação e Medidas Legais
O principal desafio do inquérito do MPT é identificar o responsável pela fábrica clandestina em Maragogipe.
Uma ação civil pública foi movida contra Gilson Froes Prazeres Bastos, filho do dono da fábrica que explodiu em 1998, buscando indenização à sociedade e a proibição da prática clandestina. Uma decisão liminar já proíbe Gilson e suas empresas de fabricar, vender ou transportar material explosivo.
O MPT continua monitorando o cumprimento das medidas judiciais e cobrando multas pelo descumprimento das ordens. As ações visam evitar tragédias como a de 1998, que resultou em 64 mortes em Santo Antônio de Jesus, e combater a produção ilegal de fogos de artifício na região.