Foto: Clarice Rocha
Projeto Sal da Terra da Embrapa visa avanço na agricultura biossalina no semiárido

Projeto Sal da Terra da Embrapa visa avanço na agricultura biossalina no semiárido

Anúncio

Durante o Semiárido Show 2025, realizado em Petrolina, no Pernambuco, foi lançado oficialmente o projeto “Produção Biossalina: Tecnologia Social Integrada ao Processo de Dessalinização para Acesso à Água, Produção de Alimentos e Geração de Renda no Semiárido”, também chamado de Sal da Terra.

A iniciativa contará com um investimento estimado de R$ 20 milhões para pesquisas e transferência de tecnologia voltadas à agricultura biossalina na região Nordeste.

O projeto é fruto da parceria entre a Embrapa e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com coordenação da Embrapa Semiárido, participação de outros centros de pesquisa da empresa e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), referência no cultivo de microalgas em águas salobras.

A meta é ampliar o acesso à água e fortalecer a produção agropecuária em comunidades atendidas pelo Programa Água Doce, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), que já conta com infraestrutura de dessalinização instalada.

O projeto terá duas frentes principais:

  • Pesquisa e desenvolvimento – inclui a revitalização da área experimental de agricultura biossalina da Embrapa Semiárido, com ensaios em plantas alimentícias e forrageiras tolerantes a sais, produção de microalgas, aproveitamento de concentrado salino na nutrição animal e monitoramento da qualidade da água e do solo.
  • Transferência de tecnologia – envolve diagnósticos em comunidades, capacitação de agricultores, implantação de unidades produtivas com tecnologias consagradas, como criação de tilápias e cultivo da erva-sal (planta adaptada a ambientes salinos), além da instalação de áreas demonstrativas.

Segundo o pesquisador Diogo Porto, a agricultura biossalina utiliza águas salobras, rejeitos da dessalinização e manejo de solos salinos. “A proposta do projeto é fortalecer a agricultura biossalina como tecnologia social, integrada ao processo de dessalinização, para ampliar o acesso à água, a produção de alimentos e a geração de renda. Queremos mostrar que é possível transformar a salinidade, antes vista como problema, em alternativa sustentável para a segurança hídrica e alimentar do Semiárido”, destacou Porto.

Construção coletiva e financiamento

O projeto começou a ser articulado em 2023, durante a 10ª edição do Semiárido Show, e foi incorporado ao Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome, do MCTI.

O financiamento será realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (FNDCT), por meio de encomenda tecnológica, modalidade de contratação direta para instituições com expertise comprovada, como a Embrapa.

A execução será feita em parceria com a Finep, responsável pela operação dos recursos, e a Funarbe, encarregada da gestão financeira. O lançamento oficial ocorreu no dia 26 de agosto, durante o seminário “Águas para o Semiárido”, dentro da programação do Semiárido Show 2025.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *