Foto: Agência Brasil
Cirio de NAzaré

Círio de Nazaré reúne 2,5 milhões de fiéis na maior procissão do mundo

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As ruas de Belém ficaram tomadas por fé e emoção neste domingo, 12 de outubro, durante a celebração dos 233 anos do Círio de Nazaré, considerado o maior evento religioso do Brasil e uma das maiores procissões do mundo. A romaria reuniu cerca de 2,5 milhões de fiéis, transformando a capital paraense em um imenso santuário a céu aberto.

Com duração de cerca de cinco horas, a imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré percorreu 3,6 quilômetros entre a Catedral Metropolitana de Belém e a Basílica Santuário, local onde, segundo a tradição, a imagem original da santa foi encontrada em 1700 pelo caboclo Plácido. O trajeto passou por pontos históricos da capital, como o Ver-o-Peso e a Estação das Docas, em meio a manifestações de fé, promessas e cânticos que emocionaram os participantes.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou o simbolismo da romaria e o impacto que o evento tem além do aspecto religioso.

“O Círio é o coração do povo paraense pulsando em comunhão. Ele movimenta não apenas a fé, mas também a economia, o turismo e a cultura. Neste ano, reforça uma mensagem de cuidado com a nossa casa comum: a Amazônia”, afirmou.

Transmissão internacional e turismo religioso

Pela primeira vez, o Círio de Nazaré foi transmitido ao vivo para mais de 140 países, por meio de uma parceria entre o Ministério do Turismo, a TV Brasil Internacional e o canal GovBR. A cobertura também foi exibida pelo canal do Ministério do Turismo no YouTube. A iniciativa ampliou o alcance da manifestação, levando a devoção e a cultura paraense a milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo o ministro Celso Sabino, a transmissão reforça o papel do Círio como vitrine do turismo religioso brasileiro.

“O Brasil mostra ao mundo a força da fé, da cultura e do turismo religioso. É uma oportunidade de divulgar Belém e toda a Amazônia como destinos de espiritualidade e sustentabilidade”, disse.

Fé, inclusão e sustentabilidade

Para garantir a acessibilidade dos fiéis, a Arquibancada do Círio, montada na Avenida Presidente Vargas, recebeu 3.500 lugares, com áreas reservadas para idosos, gestantes e pessoas com deficiência. A estrutura, fruto de uma parceria entre a Arquidiocese de Belém, o Governo do Estado, a Prefeitura e o Ministério do Turismo, contou com rampas de acesso e equipe de apoio.

“Nosso apoio representa o fortalecimento das políticas públicas voltadas ao turismo religioso e o compromisso com o desenvolvimento sustentável e inclusivo”, afirmou Ana Carla Lopes, secretária-executiva do Ministério do Turismo.

Além da inclusão, a edição deste ano também reforçou o compromisso com o meio ambiente. O projeto EcoCírio, criado em 2016 pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), promoveu ações de coleta seletiva e educação ambiental durante o percurso da procissão, envolvendo catadores e voluntários.

“Conscientizar os participantes para separar o lixo corretamente é o primeiro desafio”, explicou Sérgio Reis, diretor da DFN.
Para Maria do Socorro Ribeiro, presidente da Cooperativa de Catadores da Coleta Seletiva de Belém, participar do projeto “é um ato de fé e gratidão, uma forma de cuidar da cidade e retribuir o que Nossa Senhora faz por nós”.

Patrimônio da humanidade

Reconhecido em 2014 pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o Círio de Nazaré mantém viva uma tradição de mais de dois séculos. Entre seus símbolos estão a Berlinda, a Corda de 400 metros, os 14 carros de promessas e os milhares de fiéis que percorrem o trajeto descalços em agradecimento e devoção.

O evento é considerado o auge do turismo religioso no Brasil, segmento que movimenta cerca de R$ 15 bilhões por ano, segundo o Ministério do Turismo. O Círio se soma a outras grandes celebrações de fé, como a Romaria de Nossa Senhora Aparecida (SP) e as peregrinações a Juazeiro do Norte (CE), consolidando o país como um dos principais destinos de turismo espiritual do mundo.

“O turismo religioso é uma força que une o Brasil. É fé que gera oportunidades, movimenta cidades e reforça nossa identidade como um país acolhedor e cheio de esperança”, concluiu o ministro Celso Sabino.

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