O governo federal anunciou um novo edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), que será lançado em dezembro, com previsão de contemplar até 500 projetos e um investimento de R$ 108 milhões. O anúncio ocorreu em São Bernardo do Campo (SP) e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a Agência Brasil, a CPOP foi instituída pelo Decreto 12.410/2025 e se soma a outras políticas educacionais, como o Pé-de-meia, que visa evitar a evasão escolar de estudantes do ensino médio. Este programa exige inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) para que o aluno receba incentivo financeiro.
No primeiro edital, a CPOP selecionou 384 cursinhos populares que preparam estudantes para o vestibular, abrangendo mais de 12,1 mil estudantes em todas as regiões do país, com um investimento total de R$ 74 milhões. Cada cursinho recebeu até R$ 163,2 mil para pagamento de professores, coordenadores e equipe técnico-administrativa, além de auxílio-permanência de R$ 200 mensais para até 40 alunos por unidade.
Expectativas e Expansão
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a expectativa de que o número de cursinhos selecionados chegue a 700 até o final da gestão. Santana afirmou que a rede de iniciativas já existia antes do investimento governamental e que o apoio público é um fator de sucesso. Ele também mencionou que o objetivo é tornar esse suporte uma política pública.
Durante seu discurso, Santana citou programas educacionais das gestões de Lula, como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Ele também destacou medidas voltadas à alfabetização e ao ensino integral, além do Pé-de-meia, que tem contribuído para reduzir a evasão escolar.
O ministro enfatizou que a educação é um caminho transformador da sociedade e defendeu a valorização dos educadores. “Professor tem que ser a profissão mais valorizada, porque todo mundo passa pelo professor”, afirmou. Ele também mencionou a promoção da equidade e inclusão, exemplificada pela criação da Universidade Federal Indígena (Unind), com sede em Brasília.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente na comitiva, comentou sobre a mudança no perfil dos estudantes universitários. Ele destacou que, anteriormente, alunos de escolas públicas tinham dificuldades para acessar universidades públicas, enquanto o Prouni foi estruturado para incluir grupos minorizados, como a população negra, no ensino superior.
Haddad lembrou que, durante sua gestão no Ministério da Educação, houve resistência à reserva de vagas para alunos de escolas públicas, mas que essa política mudou o cenário educacional. “Isso equivale a fazer uma reforma agrária inteira no ensino superior brasileiro”, disse, referindo-se à distribuição mais justa de vagas.
