O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciaram nesta segunda-feira, 15 de setembro, o lançamento do Deter Não Floresta (Deter NF), uma nova ferramenta de monitoramento que promete revolucionar a política de combate ao desmatamento no Brasil.
Com o novo sistema, todo o bioma Amazônia passa a ter monitoramento diário da cobertura de terra, incluindo áreas não florestais como campos naturais, savanas (cerrado) e zonas de transição, que representam cerca de 20% do território amazônico. Até então, o Deter tradicional focava apenas em áreas de floresta primária com corte raso e solo exposto.
O Deter NF utiliza inteligência artificial e imagens de satélite para identificar a degradação em vegetação nativa não florestal. Os alertas apontam indícios de alteração da cobertura vegetal, seja por desmatamento, mineração, queimadas ou outras atividades irregulares.
As informações são publicadas na plataforma TerraBrasilis, de acesso público e gratuito, ampliando a transparência dos dados ambientais.
De acordo com o secretário Extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, o sistema fecha uma “lacuna crítica” no monitoramento da Amazônia.
“Onde antes tínhamos um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso democratiza o acesso à informação e fortalece imensamente a ação do Estado”, destacou.
O coordenador do programa BiomasBR do Inpe, Cláudio Almeida, ressaltou o papel da tecnologia no avanço.
“Aplicamos técnicas avançadas de processamento de imagens com métodos de inteligência artificial para criar um sistema robusto e confiável que atende a uma necessidade urgente de proteção de todos os ecossistemas do bioma”, afirmou.
Hoje, os alertas do Deter já cobrem mais de 75% do território nacional. A meta do governo é expandir o monitoramento para outros biomas, como Mata Atlântica, Caatinga e Pampa, que ainda não têm cobertura diária.
Dados recentes
Segundo dados divulgados pelo Inpe na última sexta-feira (12), referentes a agosto de 2025, houve queda nos alertas de supressão de vegetação em comparação ao mesmo período de 2024:
- 36,6% de redução no bioma Amazônia (Florestal);
- 27,3% de redução no Cerrado;
- 16,8% de redução no Pantanal.
Já nas áreas não florestais da Amazônia, houve aumento de 8% nos alertas, evidenciando a importância da ampliação do monitoramento com o Deter NF.