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Interpretes de Libras tem a ‘difícil missão’ de traduzir o que dizem os políticos

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Tiago Marques | Redação 96FM

A Língua Brasileira de Sinais – Libras, é reconhecida por Lei como a segunda língua oficial do Brasil desde 2002. Assim como qualquer língua, a Libras possui fonologia, morfologia, sintaxe e semântica e deve ser oferecida pelo poder público nas escolas regulares. Também é disciplina obrigatória nos cursos de fonoaudiologia, educação especial e magistério. Este ano, a Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia recomendou aos candidatos que oferecessem acessibilidade em suas campanhas eleitorais.

A recomendação foi baseada na Resolução 23.457/15 do TSE que dispõe sobre a propaganda eleitoral nas eleições deste ano e da Lei  nº 13.146/15 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), que estabeleceu ser obrigatória a utilização dos mencionados recursos na propaganda eleitoral para fins de auxílio à pessoa com deficiência auditiva. Em Guanambi, os candidatos tem oferecido a tradução em Libras em seus comícios.

Interprete de Libras que levam aos surdos as mensagens dos candidatos
Interprete de Libras que levam aos surdos as mensagens dos candidatos em Guanambi

Fátima, Lucas, Geane, Andressa, Luciana, Val e Elisângela são os interpretes mais frequentes nos palanques em Guanambi. Eles tem a difícil missão de traduzir com fidelidade para os surdos as falas dos políticos, são os porta-vozes desdes cidadãos no processo eleitoral. Através de movimento de mão, expressões faciais e corporais, acontece a transmissão das ideias e dos fatos, que compõe os eventos políticos. A maior conquista destes profissionais ocorreu em 2010, quando a profissão de interpretes de Libras foi regulamentada por Lei.

Para a Interprete Fátima Brito, a presença dos profissionais nos atos políticos é mais do que necessária. “A Língua brasileira de sinais (Libras), é um meio oficial de comunicação entre os Surdos e deles com a sociedade ouvinte. Nada mais justo alguém poder opinar e expressar seus desejos e anseios, principalmente no momento político no qual passamos. É necessário que todos tenham uma opinião, que saibam escolher seu representante, que não vote em um ou outro por indicação, que escolha seu candidato por saber distinguir um projeto do outro. Para a comunidade surda, este ano eleitoral está acontecendo algo que ainda não foi vivenciado por muitos, a interpretação dos discursos políticos. Uma ação que leva ao eleitor Surdo o seu direito de cidadania e conhecimento. Aqui em Guanambi vem acontecendo interpretações simultâneas em comícios, reuniões e encontros com o propósito de levar à essa comunidade o direito à cidadania participativa na construção de sua história”, disse a profissional.

Traduzir o que diz um político não é tarefa fácil, mas os interpretes se esforçam para que os surdos entendam os discursos na integra. “Os intérpretes atuam com a maior atenção à ética exigida pela profissão. São pessoas que buscam a fidelidade nas interpretações dos discursos com o intuito de deixar clara a mensagem falada. Com essa ação de interpretações nos eventos políticos a comunidade surda e os tradutores intérpretes vêm ganhando uma notoriedade e junto a isso, o respeito. Pensar em políticas públicas é pensar no direito que todo cidadão tem em escolher, opinar e decidir por uma condição de vida favorável a ele e aos seus”, concluiu Fátima.

“Não são caretas, são expressões”, diz tradutora que brilhou em debate

Interprete mostrou desenvoltura em debate - Reprodução
Interprete mostrou desenvoltura em debate – Reprodução

A tradutora de Libras Gildete Amorim ficou famosa na internet durante a transmissão do debate dos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro pela Band realizado no dia 25 de Agosto. Em entrevista ao portal UOL, ela disse está feliz com a repercussão de seu trabalho. “Tenho recebido elogios pela minha expressividade, mas é importante dizer que a expressão corporal e a expressão facial são inerentes à língua de sinais. Não são caretas, são expressões. São formas que a gente utiliza para a comunidade surda entender melhor a linguagem de sinais”, diz Gildete.

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