Os moradores do assentamento Rio Branco, localizado no município de Riachão das Neves, no oeste da Bahia, vivem há 17 anos, desde que a comunidade foi fundada, sem abastecimento de água. Para fazer a limpeza de casa e cozinhar, as cerca de 200 famílias utilizam a água do rio que batiza o assentamento.
O lavrador João Neves Santana conta que desde que se mudou para a comunidade, pegar o carrinho de mão, colocar os baldes e andar quase três quilômetros para pegar água é parte da rotina.
Algumas famílias instalaram rodas d’água no rio, um sistema que leva a água para as casas. A roça do lavrador Clériston Santana tem esse sistema, mas ele diz que as rodas d’água não resolvem o problema da falta de abastecimento. “Tem roda d’água que às vezes quebra, e a gente fica sem água. Aí tem que ter a caixa”, afirma.
O imóvel de Clériston também possui uma caixa d’água com capacidade para 5 mil litros, entretanto o lavrador só consegue manter o equipamento cheio quando a roda d’água funciona. “É um sacrifício. Tem que ir no rio, pegar em um balde, camburão, alguma coisa, para beber, lavar, cozinhar”, explica.