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Pesquisa realizou 250 testes da Covid-19 em Guanambi, todos deram resultado negativo

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Entre quinta-feira (14) e sábado (16), pesquisadores contratados pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) aplicaram 250 testes rápidos para detecção do coronavírus na população de Guanambi.

À Agência Sertão, Manoel Paulo, secretário de Saúde de Guanambi, confirmou que recebeu o relatório da pesquisa e que todos os testes aplicados deram negativo. Foram testadas pessoas residentes em diversos bairros, seguindo os critérios de amostragem exigidos pela pesquisa.

Os resultados apontam que até a data da aplicação dos testes, provavelmente ainda não havia a proliferação do vírus pela cidade. Na última sexta-feira (15), um surto foi detectado entre trabalhadores das obras de construção de uma linha de transmissão de energia, alojados em uma pousada no bairro Belo Horizonte. Também houve casos confirmados de contaminação de trabalhadores da mesma empresa em Urandi e agora em Candiba.

Veja também: Trabalhadores em isolamento deixaram pousada e regressaram às suas cidades

A pesquisa de abrangência nacional, intitulada “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional”, encontrou resistência da população em alguns estados. Houve casos de prisão de pesquisadores, confundidos pela polícia com golpistas que assaltam residências e até agressão por parte de moradores. O Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Ufpel lamentou o ocorrido e reafirmou a idoneidade da pesquisa, admitindo que possa ter havido falta de comunicação entre o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais.

Houve ainda relatos de que o material para fazer os testes foi destruído e as equipes tiveram de abandonar a cidade e desistir da pesquisa. Segundo pesquisadores da Ufpel, foram perdidos cerca de 800 testes, que foram apreendidos, abertos ou quebrados.

De acordo com a Folha de S. Paulo, os responsáveis por fazer a coleta foram detidos em São Mateus (ES), Imperatriz (MA), Santarém (PA), Picos (PI), Patos (PB), Natal (RN), Crateús e Serra Talhada (PE), Rio Verde (GO), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Caçador (SC) e Barra do Garças (MT).

A Agência Sertão apurou que dois pesquisadores foram detidos também em Vitória da Conquista, enquanto realizavam os testes no bairro Bruno Bacelar. Eles chegaram a ser levados para a delegacia, onde o mal entendido foi esclarecido. Em Guanambi, um pesquisador foi afastado a pedido da secretaria de Saúde, após ser fotografado sem a máscara e o óculos de proteção durante um procedimento de teste.

Ao todo, cerca de  2.600 pesquisadores estão entrevistando e aplicando os testes rápidos de covid-19 em pouco mais de 33.000 moradores de 133 cidades em todos os estados do país. Daqui a duas semanas, os pesquisadores voltarão a campo para realizar mais 33.000 testes e, duas semanas depois, mais 33.000. Ao final das três rodadas, terão aplicado cerca de 100.000 testes.

O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que contratou o Ibope para realizar as pesquisas de campo. A empresa deverá receber quase 10 milhões de reais pelo trabalho. O entrevistador deve se apresentar à comunidade usando os equipamentos de proteção, como óculos, máscara e luvas, e visitará as pessoas em suas casas. Coletará uma gota de sangue de um dos moradores de cada domicílio e colocará o material em um aparelho que fará a análise. Se der positivo, o entrevistador deverá testar todos os moradores dessa casa.

Com os testes rápidos, será possível saber o percentual de pessoas que têm anticorpos contra o novo coronavírus, ou seja, que já entraram em contato com a doença. Os testes rápidos, porém, têm uma limitação: só detectam a doença se a pessoa estiver infectada há, pelo menos, 7 dias. Ou seja, muitas pessoas que fizerem o teste podem ter resultado negativo, mas estar infectadas e continuar sem saber disso.

Cada rodada de teste apresentará o retrato de um momento. O plano do Ministério da Saúde é que a comparação dos resultados das diferentes rodadas mostre a velocidade com que o vírus está se espalhando pelo país. Esse tipo de informação poderá ser útil, por exemplo, para balizar uma decisão sobre medidas de relaxamento do distanciamento social em uma determinada região.

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