O Conselho Municipal de Saúde (CMS) emitiu parecer técnico nesta quinta-feira (9), pedindo revisão da abertura do comércio não essencial em Guanambi.
De acordo com a avaliação, após a flexibilização do funcionamento de serviços não essenciais, por meio do decreto 786 de 26 de junho de 2020, as notificações de casos suspeitos e de casos positivos tiveram um avanço considerável no município, sobretudo após o funcionamento de bares, restaurantes, igrejas, academias, hotéis e motéis. Segundo o parecer, nos últimos quinze dias a curva de surgimento dos casos tem sido ascendente.
No respectivo período, surgiram 35 novos casos de coronavírus em Guanambi. No dia 26 de junho, o boletim de covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde contabilizava 79 casos positivos, sendo 12 por meio de PCR (exame laboratorial) e 67 por Teste Rápido e 75 pessoas recuperadas.
Atualmente o município de Guanambi contabiliza 114 casos positivos da doença e 88 pacientes considerados recuperados. Do total de casos confirmados, nenhum apresenta sintomas graves da doença, e 16 pacientes já apresentavam comorbidades, todos estão sendo acompanhados. Esses dados foram divulgados no Boletim Epidemiológico, atualizado nesta quinta-feira (9).
Além disso, o CMS ressalta que dentre os novos casos a maioria tem sido evidenciada por meio de RT-PCR, exame laboratorial que identifica a presença do novo Coronavírus no organismo do indivíduo precocemente, algo que facilita o rápido diagnóstico e tratamento, entretanto, é um período em que a probabilidade de transmissão do vírus é mais acentuada.
Ainda conforme o parecer, os boletins epidemiológicos de covid-19 emitidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Guanambi mostram que não se tem internações por covid-19, todos os pacientes positivados estão recuperando de forma rápida e com pouca sintomatologia.
No entanto, o CMS considera imprudente se apegar a esse fato, tendo em vista que o Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza a saúde preventiva, ou seja, ações e políticas públicas de saúde que visem impedir ou frear o surgimento de doenças e agravos a saúde pública.
Diante dessa perspectiva, o CMS pontua a necessidade de ações urgentes por parte do poder público municipal e das autoridades competentes, com vistas a frear esse rápido surgimento de novos casos e a disseminação do novo coronavírus.
Para o órgão, as flexibilizações dos serviços não essenciais devem ser imediatamente revistas pelo gestor municipal e a fiscalização do funcionamento dos demais serviços e do comportamento da população que fira as normativas, orientações e recomendações dos organismos de saúde, deve ser mais efetiva e rígida.
Na última terça-feira (7), o Comitê de Enfrentamento a pandemia do Novo Coronavírus avaliou que o quadro epidemiológico do avanço da Covid-19 seria observado em estado de alerta, de modo que se não houver uma cessação no aumento de casos, medidas mais restritivas serão novamente adotadas pelo Poder Público.