Os últimos dias de inverno em Guanambi prometem ser bem quentes segundo as previsões meteorológicas. Os próximos sete dias ainda terão registros de temperaturas mais amenas, no entanto, a partir do fim da próxima semana as máximas poderão superar a casa dos 35ºC.
A previsão aponta para um início de primavera seco e bastante quente, com poucas chances de chuva até meados de outubro. Os modelos meteorológicos apontam para o registro do primeiro pico de calor da estação até o fim deste mês, com temperaturas chegando próximas à marca de 40ºC.
Entretanto, a tendência é de que as temperaturas fiquem mais amenas entre outubro e novembro, com pouca probabilidade de novos picos de calor acima de 35ºC. As madrugadas e manhãs também deverão permanecer mais frescas pelo menos até o fim da primeira metade da primavera, com mínimas não muito distantes dos 20ºC, salvo alguns dias onde deve começar a fazer calor logo nas primeiras horas da manhã.
Nos últimos dias, o guanambiense já vem experimentando o aumento do calor, com temperaturas superando os 32ºC nas horas mais quentes do dia. A baixa umidade relativa do ar, constantemente abaixo de 20%, e os ventos fortes e intensos têm contribuído para a diminuição da temperatura a noite e principalmente de madrugada, deixando as mínimas próximas de 20ºC.
Chuvas
A Agência Sertão monitora há dois meses a previsão para as primeiras chuvas significativas na região. Ao contrário de 2019, que terminou com pouca precipitação, os modelos meteorológicos têm apontado constantemente o início das chuvas expressivas a partir da segunda quinzena de outubro, com chuvas mais regulares em novembro e também no início de dezembro.
Nesta quinta-feira (10), Guanambi completou 148 dias de estiagem agrícola, período sem chuva significativa de pelo menos 10 mm.
Também nesta quinta-feira, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos anunciou oficialmente as condições de La Niña para 2020. Segundo o NOAA, a condição de La Niña deve permanecer até o Verão no hemisfério sul. Historicamente, o fenômeno traz menos chuva na primavera, verão e outono no Sul do Brasil e um aumento das precipitações na Região Nordeste.
Ainda de acordo com a publicação do NOAA, o pico do La Niña deve acontecer entre os meses de novembro e janeiro.
Última temporada chuvosa
As chuvas que caíram entre o final de 2019 e início de 2020 na região de Guanambi foram as mais volumosas desde 2006. No centro da cidade, o pluviômetro da Agência Sertão registrou acumulado de 802 mm, 200 mm a mais do que o registrado pelo mesmo pluviômetro no período anterior. Em algumas regiões mais altas, próximas à Serra Geral, como nas regiões dos distritos de Guirapá (Pindaí) e Morrinhos (Guanambi), alguns moradores registraram acumulados de até 1.100 mm.
Toda essa chuva contribuiu para amenizar a seca característica da região. Embora ainda falte pelo menos dois meses para as próximas chuvas, a paisagem vista agora é bem diferente do que se via há um ano. Ainda há bastante água retida nas lagoas, barragens e represas, e ainda corre por alguns rios e córregos nas regiões de maior altitude, o que é bastante raro nesta região semiárida.
Reservatórios
Os principais reservatórios de água de Guanambi perderam pouco volume após 148 dias de estiagem. O lago da barragem do Poço do Magro atingiu seu maior volume no final de abril, 69%. Passados três meses, o volume ainda está em cerca de 53%, segundo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Já a barragem de Ceraíma chegou a 100% de sua capacidade ao final do período chuvosos. Mesmo com o uso múltiplo da água, incluindo abastecimento do Perímetro Irrigado e entorno, além da complementação do sistema de abastecimento humano, o reservatórios ainda possui 88,3% de sua capacidade.
Os dois reservatórios do município de Urandi, Estreio e Cova da Mandioca, estão em situações diferente dos reservatórios de Guanambi. O primeiro chegou a ter 44% de seu volume útil no fim de abril e agora está com 27%, enquanto o segundo atingiu 21% e agora está com apenas 10%.
Rio São Francisco
Os três grandes reservatórios do rio São Francisco estão com volumes bastante significativos. Três Marias, em Minas Gerais, armazena 74,56% de sua capacidade, enquanto Sobradinho e Itaparica, ambos na Bahia, têm 73,04% e 78,95% respectivamente.
O bom volume nas hidroelétricas garante a defluência regulada em todo o curso do Velho Chico, deixando no passado as imagens do rio bastante seco registradas nos anos anteriores.
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