Um soldado lotado em uma Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), na Região Metropolitana de Salvador, preso em junho deste ano por participar de um roubo, na cidade de Igaporã, tem envolvimento também na morte do também soldado Victor dos Reis Pereira, ocorrida no dia 12 de outubro de 2018, no município de Entre Rios, distante cerca de 130 quilômetros de Salvador.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), uma perícia na arma apreendida com o militar, apontou que ela estava presente no local do assassinato.
A pistola calibre 40 foi encontrada pela vítima do roubo, que aconteceu no dia 10 de junho deste ano, em Igaporã. O saldado acabou deixando cair na cena do crime. Sabendo da possível participação do PM, na morte de Victor, a Força Tarefa da SSP contra grupos de extermínio solicitou que o equipamento passasse pelo microcomparador balístico do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O laudo apontou que estojos da mesma pistola foram encontrados próximo do corpo do saldado PM Victor dos Reis Pereira. Disparos contra a vítima foram realizados, mas os que acertaram fatalmente partiram de outra arma, que segue sendo procurada pelas forças de segurança.
Victor foi vítima de uma emboscada, na BA-400, por homens em um carro modelo Golf. Ainda em 2018, um homem que também participou do homicídio foi preso. O militar envolvido no roubo e no assassinato do colega de farda segue custodiado no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas.
Grupo de extermínio e extorsão
Sete policiais militares (seis homens e uma mulher), das patentes de subtenente e soldado, investigados por extorsão mediante sequestro e roubo foram alvos de uma operação no dia 6 de junho.
Segundo informou a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP), o grupo é lotado na 32ª Companhia Independente da PM (CIPM/Pojuca).
A Força Tarefa da Secretaria da Segurança Pública, que investiga grupos de extermínio, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão nos municípios de Pojuca, Alagoinhas, Capim Grosso, Igaporã e Feira de Santana.
Cerca de 140 policiais militares e civis cumpriram as ordens judiciais expedidas pela Auditoria Militar de Salvador e pela comarca de Igaporã. Três PMs presos foram apresentados no Batalhão de Choque (BPChq) da PM, em Lauro de Freitas. No local, uma Base Móvel do Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou exames de corpo de delito nos capturados.
Os militares cumprirão as prisões temporárias de 30 dias no BPChq. Outros quatro soldados seguem sendo procurados pelas equipes. Além dos agentes públicos, um homem que atua como vigilante também foi alvo da operação. Ele foi capturado em Igaporã e apresentado na Delegacia Territorial (DT) de Guanambi.
Histórico
O grupo passou a ser investigado depois de um roubo que aconteceu na cidade de Igaporã, no dia 9 de junho deste ano. Um imóvel foi invadido por homens fardados que diziam cumprir mandado judicial.
Após subtraírem 5 mil reais, celulares e joias, os criminosos saíram e deixaram cair uma pistola calibre 40, pertecente a um soldado da 32a CIPM (Pojuca). No mesmo dia o militar foi preso.
Diante do caso, as Corregedorias Geral e da PM aprofundaram as investigações e descobriram indícios de participações de outros militares. Informações preliminares apontam que o grupo, em alguns casos, usava fardas rajadas (conhecida popularmente como Caatinga) e invadia locais usados por traficantes para sequestrar criminosos ou parentes.
Além dos delitos de extorsão mediante sequestro, associação criminosa e roubo, os policiais são investigados também por abuso sexual. Uma das vítimas, presa pelos investigados, além de ter o celular subtraído, alegou ter sido abusada.
A Força Tarefa da SSP tem 30 dias para concluir a investigação, que é o prazo das prisões temporárias, que pode ser prorrogado por igual período.
Com Informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia