O trabalho de pesquisa desenvolvido pelo professor Sérgio Donato há quase 25 anos no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Campus Guanambi (IF Baiano), lhe rendeu o reconhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com a aprovação de uma proposta na chamada CNPq Nº 09/2020, referente à Bolsa de Produtividade em Pesquisa.
O resultado final foi divulgado nesta quarta-feira (10). Segundo o CNPq, a Chamada de Bolsa de Produtividade em Pesquisa tem o objetivo de valorizar pesquisadores que possuam produção científica, tecnológica e de inovação de destaque em suas respectivas áreas do conhecimento; incentivar o aumento da produção científica, tecnológica e de inovação de qualidade; selecionar projetos de pesquisa que sejam propostos considerando o rigor e o método científico, bem como outros conceitos fundamentais para a produção do conhecimento científico.
A proposta aprovada na área de Agronomia (COAGR/AG – Ciências da Vida) foi em uma das culturas onde se concentra boa parte da produção científica do professor Sérgio Donato. Desde 2003, ele publicou 53 artigos sobre o cultivo em revistas científicas do Brasil e de outros países, além de escrever 18 capítulos de livros e participou de duas publicações. O primeiro foi “O Agronegócio da Banana”, publicado em 2016 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O segundo, “Banana: do plantio à colheita” será lançado em março, pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Já em desenvolvimento no Campus Guanambi, a proposta visa alternativas para produção da fruta em locais com oferta reduzida de água, como é o caso das regiões produtoras da Bahia e Norte de Minas Gerais. Com o título “Sistema de produção de bananeira ‘Grande Naine’ com economia hídrica”, o projeto tem o objetivo de definir a melhor estratégia resultante da combinação de densidades de plantio e lâminas de irrigação para aumentar a produtividade e a eficiência de uso da água da bananeira ‘Grande Naine’ nos ciclos de produção da planta-mãe, da planta-filha e da planta-neta.
Satisfeito com a aprovação do projeto, o professor ressalta a importância da produção científica e destaca também a necessidade de popularizar o conhecimento de forma compreensível para o produtor. Nos últimos anos, ele ministrou palestras em eventos importantes da cadeia produtiva da banana, além de participar da publicação de três informes agropecuários da Epamig sobre banana, palma forrageira e umbu. “É importante fazer chegar a quem mais interessa os resultados da produção científica, a participação como palestrante em seminários, os livros e os informes agropecuários levam o conhecimento na linguagem do produtor. O Informe Agropecuário sobre Cultivo da Bananeira, lançado em 2015 pela Epamig, é o mais vendido em 45 anos de publicações”, disse.
O professor ressalta que a sua produção acadêmica é fruto de parcerias. “São publicações realizadas em conjunto com professores do IF Baiano, pesquisadores de instituições de pesquisa como Embrapa Mandioca e Fruticultura, Epamig Norte, Bioversity International, e professores de universidades como Unimontes, Uesb, UFV, UFLA, UFPel, UFRB e Unal.
Chamada Pública
A Bolsa de Produtividade em Pesquisa existe desde 1976 e é concedida em cinco níveis: 1A, 1B, 1C, 1D e 2. A PQ2 é o primeiro nível de acesso à bolsa de produtividade.
A maior parte das 3.303 bolsas foram aprovadas por pesquisadores que atuam em universidades federais. A proposta aprovada pelo professor Sérgio Donato é uma das 17 aprovadas por pesquisadores de todos os Institutos Federais, o que corresponde a 0,51% do total. No momento o Professor Sérgio Donato é o único Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq dentro do quadro dos 14 campi que compõem o IF Baiano.
Para concorrer a bolsa PQ Nível 2´na área de Agronomia do CNPq, o proponente precisou satisfazer os seguintes requisitos mínimos: ter publicado pelo menos dez (10) artigos em periódicos científicos com Corpo Editorial e Fator de Impacto (Journal Citation Report, JCR) no quinquênio anterior à solicitação; ter concluído a orientação de pelo menos dois (02) estudantes de mestrado ou um (01) estudante de doutorado, na condição de orientador principal no quinquênio anterior à solicitação; estar exercendo atividade de pesquisa científica; apresentar projeto de pesquisa que possua mérito científico, conforme avaliação do CA-AG com base nos pareceres dos consultores ad hoc, especialistas da subárea indicados pela área técnica do CNPq.
Além disso para ser contemplado com uma bolsa, o proponente necessita atingir classificação, perante aos seus pares, dentro do número de bolsas disponíveis, de acordo com os critérios adotados pelo CA-AG em cada julgamento, ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes, possuir o título de Doutor ou de livre docente e ter vínculo formal com a instituição de execução do projeto.
Os critérios para classificação das propostas são: mérito científico, originalidade e relevância do projeto para o desenvolvimento científico e tecnológico do País, considerando seus potenciais impactos, aplicabilidade e caráter inovador; relevância, originalidade, repercussão e caráter inovador da produção científica, tecnológica, acadêmica e artística do proponente; atuação do proponente na formação de recursos humanos. inserção nacional e internacional do proponente e sua atuação em atividades de gestão científica, tecnológica e acadêmica; coordenação ou participação em projetos e/ou redes de pesquisa, desenvolvimento e/ou extensão; corpo editorial e revisão de periódicos; grau de aderência do projeto às áreas estratégicas, habilitadoras, de produção, para desenvolvimento sustentável e para qualidade de vida; grau de aderência do projeto à ciência básica e fundamental e interação com outros grupos e redes de pesquisa
Os critérios julgamento e avaliação de cada Comitê de Assessoramento, ou de área, são específicos, e são observados quanto aos requisitos mínimos para classificação nos diferentes níveis de bolsa de Produtividade em Pesquisa.
Currículo
Sérgio Donato é Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa (1990); Licenciado em Agricultura pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (1997); Especialista em Engenharia da Irrigação (1991), Proteção de Plantas (1992), Fertilidade e Manejo de Solos (1994) e Uso Racional dos Recursos Naturais e Seus Reflexos no Meio Ambiente (2002) pela Universidade Federal de Viçosa; Solos e Meio Ambiente (1996) e Manejo de Doenças de Plantas (2000) pela Universidade Federal de Lavras; Nutrição Mineral de Plantas (1996) pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo; Mestre Profissional em Ciência e Tecnologia de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas (2004), Doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2007) e realizou estágio de Pós-Doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas da Universidade Federal de Viçosa (Fev. 2018 – Fev. 2019) com o projeto Parâmetros para modelo ecofisiológico de predição de crescimento da bananeira Prata-Anã. Tem 30 anos de experiência com bananicultura.
Foi produtor de banana entre 1991 e 1998, Coordenador Regional da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) em Guanambi, BA (09/1999-02/2000), Diretor de Desenvolvimento Educacional da Escola Agrotécnica Federal Antônio José Teixeira, EAFAJT (07/2007-03/2009) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Campus Guanambi (05/2010-10/2010), Professor de Ensino de Primeiro e Segundo Graus da EAFAJT (1997-2008), Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido da UNIMONTES, Universidade Estadual de Montes Claros (2008-2013), Professor na Pós-Graduação Lato sensu em Desenvolvimento Sustentável no Semiárido com Ênfase em Recursos Hídricos do IF Baiano Campus Senhor do Bonfim de 2015 a 2017 e Delegado Suplente do Brasil na ACORBAT Internacional, Associação para Cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento Integral das Musáceas (2010-2016) e (2018).
De 1997 até o presente trabalha com investigação, extensão e educação profissional de nível médio, superior e pós-graduação com enfoque principal nos cultivos de bananeira, mangueira, umbuzeiro e palma forrageira no semiárido brasileiro. Integrou ou integra Comissão orientadora de Mestrado ou Doutorado na UFV, UFRB, UESB, UNIMONTES e IF BAIANO. Atualmente é Professor Titular de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IF Baiano (2018) e atua como Professor Permanente do Curso de Mestrado Profissional em Produção Vegetal no Semiárido do IF Baiano (2015…) e do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido da UNIMONTES (2017).
Em todas as culturas pesquisadas, o professor Sérgio Donato possui 120 artigos publicados (autoria e coautoria) em periódicos, 2 livros Editados (Banana do plantio à colheita e Palma forrageira do plantio à colheita), 25 capítulos de livros publicados, 4 orientações e 13 coorientações de mestrado concluídas, 1 orientação e 11 coorientações de doutorado concluídas, 8 orientações de graduação e 14 de iniciação científica concluídas. Tem atuação relevante como palestrante em eventos de abrangência local, regional, nacional e internacional envolvendo principalmente a cultura da bananeira, e as culturas da palma forrageira e umbuzeiro.
Especificamente envolvendo a cultura da bananeira, tema da proposta aprovada na Chamada CNPq 09/2020, o professor Sérgio Donato atua a 30 anos, antes mesmo de se tornar professor do IF Baiano. Esse tempo envolve atividades de produção, consultoria, pesquisa, extensão, ensino profissionalizante de nível médio, superior e pós-graduação, atuação como instrutor de cursos e palestrante em eventos locais, regionais, nacionais e internacionais.
No Campus Guanambi, o professor ministra a disciplina Fruticultura no Curso de Técnico em Agricultura Subsequente ao Ensino Médio, Fruticultura Tropical II no Curso de Bacharelado em Engenharia Agronômica e Fruticultura Irrigada no Curso de Mestrado Profissional em Produção Vegetal no Semiárido do Instituto Federal Baiano Campus Guanambi. Na Universidade Estadual de Montes Claros, onde atua como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido ministra o Tópico Cultura da Bananeira na disciplina Fruticultura II.
Os trabalhos de experimentação com a cultura da bananeira foram iniciados em 1997, quando se tornou professor do quadro da então Escola Agrotécnica Federal Antônio José Teixeira, atual Instituto Federal Baiano Campus Guanambi. Esses trabalhos iniciais concentraram-se em condução de ensaios e seleção de genótipos, associados ao Programa Brasileiro de Melhoramento Genético da Bananeira coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura que culminou com a recomendação e lançamento da cultivar BRS Platina em 2012, numa parceria conjunta da Embrapa Mandioca e Fruticultura, IF Baiano Campus Guanambi e Epamig Norte.
Nesse período o professor realizou os cursos de mestrado (UFPel) e doutorado (UFV), cujos trabalhos de dissertação, “Comportamento de variedades e híbridos de bananeira (Musa spp.) em primeiro ciclo de produção no Sudoeste da Bahia, Região de Guanambi”, e de tese, “Estimativas do tamanho e forma de parcelas experimentais para avaliação de descritores fenotípicos em bananeira (Musa spp.)”, foram focados nessa área. Nesse período, o professor ministrou várias palestras, bem como publicou diversos artigos em periódicos focadas no assunto.
A partir de 2007, após retorno do doutorado, a parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura e a Epamig foi ampliada com implantação de experimentos envolvendo manejo fitotécnico, adubação, ecofisiologia e manejo de irrigação com as culturas da bananeira e mangueira. O professor manteve atuação em seleção de genótipos, mas passou a atuar com maior intensidade nessas outras áreas, no desenvolvimento de projetos internos e em parceria, orientação de estudantes de graduação e de pós-graduação, publicação de artigos, resumos em congressos, capítulos de livros, sistemas de produção, circular técnica, documentos, realização de conferências, cursos, dias de campo nas áreas de ecofisiologia, manejo cultural e manejo de irrigação da bananeira.
Esses trabalhos foram intensificados com a atuação na pós-graduação, no IF Baiano (a partir de 2015) e na Unimontes como colaborador entre 2008 e 2013 e como permanente a partir de 2017. Na área de ecofisiologia, foi conferencista internacional nos principais congressos internacionais de banana do mundo, como ACORBAT Internacional (Reunião da Associação para Cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento Integral das Musáceas – XX ACORBAT, Fortaleza, CE, 2013; XXII ACORBAT, Miami, EUA, 2018), Musalac – III Congresso Latinoamericano e do Caribe de Bananas e Plátanos (Corupá, SC) e eventos nacionais como o VIII SIBANANA (Simpósio Brasileiro de Bananicultura, Montes Claros, MG, 2015) e XXV Congresso Brasileiro de Fruticultura (Porto Seguro, BA, 2017).
Focando nessa linha de atuação o professo realizou estágio de doutorado na UFV entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019 desenvolvendo o projeto “Parâmetros para modelo ecofisiológico de predição de crescimento da bananeira Prata-Anã”.