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Polêmicas Contemporâneas: Etarismo e outros ismos em debate

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), brasileiros com mais de 60 anos representam 13% da população, com previsão de que em dez anos essa população será maior que a de crianças e adolescentes. O Estatuto do Idoso, de 2003, visa o combate a qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão contra esse grupo.

Contudo, o etarismo ou idadismo, preconceito baseado em estigmas associados a idade, atinge mais significativamente a população idosa. “É ainda um conjunto de crenças, atitudes normas e valores utilizados para justificar o preconceito baseado na idade, na discriminação e na subordinação”, acrescenta Leila Castro, pesquisadora do Instituto Jô Clemente.

Para Helena Patário, terapeuta ocupacional, o contexto de pandemia trouxe um convite à reflexão da implicância desses preconceitos e estereótipos em relação a velhice. “Em um cenário de envelhecimento da população, como nós atualmente vivemos, precisamos encontrar formas de acolher, de integrar e fazer com que os idosos possam de fato serem ativos no cenário social”, defende.

A terapeuta afirma ainda que o fato de estarmos inseridos em uma sociedade capitalista, atravessada por um modelo econômico onde o valor é atribuído ao que produzimos do ponto de vista do capital, contribui para a continuação dos estigmas. “A velhice é excluída da cena social diariamente, seja na formulação ou na execução das políticas públicas, seja na garantia de direitos sociais, direito inclusive do ir e vir”, aponta Patário.

Leila Castro acredita que uma das bases do etarismo é a falta de empatia, no sentido de não conseguir lidar e enxergar algum aspecto nosso no próximo. Afirma também que não só a população idosa é atingida por essa discriminação, mas é a que sofre maior parte das consequências. “Esse etarismo pode ocorrer em qualquer faixa etária, nesse caso a gente tá falando que, na maior parte das vezes, é direcionado às pessoas mais velhas, especialmente quando se trata do ambiente profissional”, complementa.

Esta e outras temáticas estarão em debate na próxima segunda, 12, às 19 horas, no debate “Capacitismo, etarsimo e outros ismos” do projeto Polêmicas Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Participarão, além de Leila Castro e Helena Pactário, o professor de gestão pública e social da Escola de administração da Ufba Edgilson Tavares, a professora e membra da associação Abraça, Luciana Viegas, e a estudante de letras vernáculas da Ufba, Amanda Soares.

Ofertada desde 2003, Polêmicas Contemporâneas é uma disciplina-evento regular do Departamento deEducaçãoII, da Faculdade deEducação, da Universidade Federal daBahia e coordenada pelo professor Nelson Pretto.

A transmissão é aberta e livre. Para mais informações acesse: www.polemicas.faced.ufba.br/.

Fabio de Souza, projeto Sê Livre/UFBA, estudante de Comunicação da FACOM/UFBA.

*Este texto faz parte do projeto “Polêmicas contemporâneas”, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A Agência Sertão atua como veículo parceiro na divulgação dos conteúdos.

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