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Vitória da Conquista

Nove dos 27 pontos críticos para exploração sexual de crianças e adolescentes no trecho baiano da BR-116 estão na região de Vitória da Conquista

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Nove dos 27 pontos críticos para exploração sexual de crianças e adolescentes mapeados no trecho baiano da BR-116 estão na região de região de Vitória da Conquista. Os dados são do Mapear, levantamento realizado há 18 anos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e parceiros.

No biênio 2019/2020, o estudo mapeou 470 pontos de maior atenção em todo o Brasil, 78 deles no Estado da Bahia. As informações foram divulgadas em uma série especial da Folha com oito minidocumentários e reportagens especiais, relando diferentes aspectos da violência contra a mulher no Brasil. O título de uma das matérias publicadas pelo jornal afirma que a exploração sexual de crianças e adolescentes na região de Vitória da Conquista é epidêmica.

Francisco Dadalt, coordenador do Maper, explica que o município é um dos principais entroncamentos entre Minas e Bahia e conexão entre as regiões Nordeste e Sudeste, por isso, recebe fluxo grande de caminhoneiros e turismo de negócio. Ele afirma ainda que “o mapeamento jogou luz e mudou a dinâmica da exploração sexual, que já não é mais tão visível nas rodovias federais, levando o problema para rodovias estaduais e para dentro das cidades”.

A delegada Rosilene Correia, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente, localizada no Complexo de Escuta Protegida, inaugurado em agosto em Vitória da Conquista, afirmou que esta mudança trouxe novos desafios do combate à exploração sexual na região. “Hoje o aliciamento de crianças e adolescentes são em casas, bares, em ambientes fechados. Não tanto na pista ou em postos de gasolina como no passado”,

Ela afirmou ainda à reportagem da Folha que um complexo integrado para garantia de direitos é aparato importante para estimular denúncias dos crimes e também contra a impunidade e para efetiva responsabilização dos agressores.

Para Michel Farias, secretário municipal de Desenvolvimento Social, “implementar a lei da escuta protegida e ter um centro integrado de atendimento às vítimas de violência não é somente criar um espaço físico. É construir nova cultura. É um processo difícil de diálogo entre diversas instituições, o que pressupõe a ruptura de um modelo de atendimento. Para que seja de fato integrado, é preciso haver sinergia dos agentes das diversas políticas públicas envolvidas, de educação, saúde, assistência, segurança”, disse à reportagem, que destacou que a orquestração fez o complexo de Vitória da Conquista virar referência nacional, com investimento de R$ 1 milhão em tecnologia e estrutura.

O secretário, um advogado de 31 anos e ativista na área de direitos da infância, passou a receber comitivas de vários estados e autoridades federais que têm ido conhecer a experiência pioneira no município baiano.

A reportagem destaca o funcionamento do complexo. Usando nomes fictícios, foi mostrado como funciona o fluxo de atendimento dos órgãos integrantes, criado para proporcionar uma experiência menos traumática para as vítimas e mais efetiva para punir os agressores.

O oitavo e último episódio do minidocumentário contou a história de Tatiane, atacante do time feminino de Vitória da Conquista. Ela foi abusada dos 7 aos 17 anos pelo próprio pai e buscou no esporte uma forma de superar os traumas de uma década de abusos.

O telefone 180 é usado para receber denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O serviço funciona em todo o país e faz orientações sobre como proceder em caso de possíveis crimes.

Veja mais na reportagem da Folha 

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