Cinco abrigos provisórios montados pela Prefeitura de Vitória da Conquista por conta da situação de emergência provocada pelas chuvas intensas de dezembro, ainda estão em funcionamento no município.
Neles estão alojadas 144 pessoas, de 37 famílias. No momento mais intenso da emergência climática, funcionaram oito abrigos, que chegaram a receber 100 famílias, com 339 pessoas, que tiveram suas casas alagadas pelas chuvas.
Os cinco abrigos que ainda estão em funcionamento são dois no bairro Lagoa das Flores, um em Itapirema, um na sede do distrito de José Gonçalves e um no bairro Campinhos. Em cada um desses locais, são garantidos alojamento individual por núcleo familiar, alimentação, roupas e produtos de higiene pessoal.
Com a estiagem a maioria das pessoas já retornou para suas residências, as que ficaram estão sendo assistidas pelas secretarias de Desenvolvimento Social (Semdes) e Saúde (SMS). Segundo o secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias, neste momento, as equipes da Assistência Social estão concentradas em criar as condições para que essas famílias possam retornar para casa.
“Para isso, estamos auxiliando na regularização da documentação civil, pois, para conseguir o contrato de aluguel e/ou acesso o benefício de aluguel social é necessário que esta documentação esteja em dia. Lembrando que cada família foi afetada de forma diferente, por isso, o atendimento neste caso, está atendendo as necessidades individuais de cada uma”, explicou Michael.
Uma das localidades mais atingidas pelas chuvas do fim de ano foi o povoado de Itapirema, distrito de José Gonçalves. Das 284 famílias que moram na localidade, 19 tiveram que ir para o abrigo provisório montado no Instituto Federal da Bahia (IFBA) de Itapirema. Ana Maria Pereira Santos é uma das pessoas que está no abrigo, onde dez famílias permanecem. Ela chegou com a família no dia 27 de dezembro. A casa dela fica na beira da lagoa do povoado e até o momento ela não teve condições seguras para retornar.
“Choveu bastante, nunca choveu assim, já tivemos alagamentos, mas nunca igual a esse. Alagou a casa, a fossa abriu e contaminou tudo. E ainda continua alagada. A Defesa Civil não autorizou o nosso retorno”, explicou Ana Maria, que já está em busca de uma casa para alugar. “A minha casa foi condenada, estamos procurando outro lugar e ainda não conseguimos”. Ela aproveitou para agradecer a equipe pelo atendimento. “Vou levar todos no meu coração”.
Já Adileuza de Jesus, tem 30 dias no abrigo. Ela e a família moravam em uma casa que alagou com a chuva e a única coisa que salvou foi a televisão. “Tudo que tínhamos perdemos, a sorte foi que eu não passei o dia de Natal aqui, então, quando cheguei nem pude entrar, estava tudo alagado”, contou Adileuza, que está aguardando a regularização dos documentos para encontrar outro lugar para morar: “Estou esperando a documentação do meu terreno e outros documentos para poder resolver nossa vida”.