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Pirapora no rio São Francisco encanta ribeirinhos em Minas Gerais

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Não é atoa que Pirapora, na Região Central de Minas, tem esse nome. O município é banhado pelo rio São Francisco e com a cheia atual os moradores estão podendo apreciar o fenômeno que dá nome à cidade após muitos anos.

É em um ponto do Velho Chico, conhecido como Duchas, que os peixes pulam a pequena cachoeira que marca o início do trecho navegável do rio São Francisco, que vai até Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco.

De origem Tupi-guarani, o termo “pira” significa peixe e “porá” quer dizer pula, ou simplesmente salto do peixe. O fenômeno só ocorre durante a piracema, que no rio São Francisco vai de 1º de novembro a 28 de fevereiro. Neste período, a pesca é proibida na bacia para que os cardumes possam subir o rio para reprodução.

Neste trecho em Pirapora, peixes de várias espécies dão saltos para fora d’água, tentando vencer os obstáculos das pedras e quedas d’água do leito, criando assim o fenômeno, muito admirado pelos ribeirinhos.

Em entrevista ao Estado de Minas, o ambientalista Roberto Mac Donald, idealizador e coordenador do projeto Amigos das Águas, disse que houve grande mortalidade de peixes no rio São Francisco nos anos de 2004 e 2005 e desde então a pirapora não era vista. “É primeira vez, desde a grande mortandade de peixes ocorrida no rio em 2004 e 2005, que estamos vendo novamente aumentar os cardumes no Rio São Francisco. Isso é motivo de grande alegria para mim e todos os pescadores e moradores ribeirinhos”, afirmou ao veículo de comunicação.

O ambientalista disse também que a escassez de peixes no rio São Francisco provocou impactos negativos em Pirapora e nos demais municípios banhados pelo curso d’água. Ele recorda que foram encontrados mortos exemplares de surubim no rio com peso de mais de 100 quilos. “Foi uma situação muito triste para todos os pescadores, ambientalistas, moradores e toda a cadeia produtiva do peixe”, comentou.

A poluição trazida pelo lançamento de esgotos, agrotóxicos e resíduos industriais foi apontada à época como causa da mortalidade dos peixes, principalmente vinda das águas do rio das Velhas, que corta a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além de ações de despoluição nos últimos anos, a cheia história que atravessa o rio também contribuiu para a recuperação dos cardumes do rio.

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 Três Marias

O reservatório da Hidroelétrica de Três Marias atingiu quase 94% de seu volume útil nesta terça-feira (22). Com a diminuição das chuvas e com as comportas abertas, a afluência ficou menor do que a defluência e o lago interrompeu a trajetória de ganho de volume.

A barragem está com as comportas abertas desde 14 de janeiro. Atualmente, estão sendo lançados no leito do rio São Francisco cerca de 3.000 metros cúbicos por segundo (m³/s) de água, sendo que 800 m³/s passam pelas turbinas geradoras de energia e o restante desce pelo vertedouro. A entrada de água no início da tarde desta quarta-feira (23) estava em pouco mais de 2.800 m³/s.

O aumento no volume de água liberado pela hidroelétrica mudou o cenário por onde passa o Velho Chico. Aliadas com as chuvas na bacia à jusante da barragem e nos afluentes, as águas produzem uma das maiores cheias das últimas décadas.

No Norte de Minas e na Bahia, o rio continua subindo e os níveis registrados estão muito próximos dos registrados em janeiro. Mesmo com menos chuvas nas cabeceiras, o escoamento natural dos afluentes continuará garantindo aumento do nível do rio nos próximos dias.

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