Enquanto boa parte do país e algumas áreas da Bahia registram chuvas desde quarta-feira (15), em Guanambi, o tempo continua seco e o calor continua intenso. Embora as máximas tenham recuado alguns graus depois de várias semanas superando os 35ºC, os últimos dias do verão não parecem reservar mudanças significativas na Região.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a marca de 21% de umidade relativa do ar registrada na cidade nesta sexta-feira (17) foi o menor do Brasil entre as cidades monitoradas pelo órgão. O segundo lugar foi de Itabaianinha, em Sergipe, com 22%, e Ibimirim, em Pernambuco, com 25%.
#BaixaUmidade: Confira os menores valores registrados hoje (17), até as 15h, nas estações automáticas do #INMET:
💧Guanambi (BA): 21%
💧Itabaianinha (SE): 22%
💧Ibimirim (PE): 25%
💧Itapetinga (BA): 25%
💧Montes Claros (MG): 28%
💧Floresta (PE): 28%
💧Brumado (BA): 28%— INMET (@inmet_) March 17, 2023
Outras cidades localizadas em regiões próximas também apareceram na lista. Também com 25% aparece Itapetinga, enquanto Montes Claros, no Norte de Minas, e Brumado, registraram umidade de 28%, assim como Floresta, em Pernambuco, que também aparece na lista do Inmet.
Os registros de baixa umidade relativa do ar são comuns em Guanambi, com várias ocasiões tendo registros abaixo de 10%. No entanto, isso sempre ocorre antes do início do período chuvoso, entre setembro e outubro. No mês de março, não é tão comum registros de umidade relativa do ar abaixo dos 30%.
A secura e falta de chuva são consequências das condições climáticas atuais, influenciadas por um bloqueio atmosférico está ativo devido ao deslocamento da Alta Subtropical do Atlântico Sul (Asas) mais para o sul e próximo do Brasil. Esse padrão dificulta o avanço de frentes frias em uma área que vai deste o Rio de Janeiro até o Centro da Bahia.
O centro deste bloqueio ocorre justamente nas áreas onde foram registrados os menores percentuais de umidade relativa do ar, na região que vai do Norte de Minas até o Centro-Sul Baiano.
Os modelos meteorológicos apontam que a situação não deve mudar pelos próximos dias. De acordo com as previsões, os volumes de chuva neste território não deve passar dos 10 mm. Já parte do Extremo-Oeste do Estado deve receber a umidade convergida, assim como o litoral, que deve ser favorecido por ventos do Leste, incluindo a capital Salvador.
Como a chuva não consegue avançar, o calor deve continuar predominando, com possibilidade dos termômetros voltarem a registrar máximas acima dos 35ºC nos próximos dias, após uma ligeira trégua de máximas na casa dos 32ºC. Apesar disso, algumas localidades podem registrar pancadas de chuva isolada entre sábado (18) e domingo (19).
Com o fim do período chuvoso próximo e as previsões apontando pouca chance de voltar a chover de forma significativa, a preocupação é para uma seca severa no longo período entre o outono e a primavera, já que a última vez que choveu para valer na região foi no dia 27 de janeiro.
As condições atuais mostram também que além da seca, o ano pode ser de ocorrência de queimadas mais intensas, uma vez que a vegetação se desenvolveu muito com as chuvas entre novembro e janeiro e hoje já formam uma massa seca com maior potencial de inflamabilidade.