Na uma semana, a VoePass iniciou a venda de passagens entre Guanambi e Salvador. Como foi noticiado pela Agência Sertão, os voos terão início em 26 de janeiro. Com isso, Guanambi passará a receber mais um voo comercial, o segundo.
Desde sua invenção, há pouco mais de um século, as aeronaves vêm fascinando cidades e seus habitantes. No começo, era algo curioso, por vezes caricato. Quem nunca viu os antigos filmes em sépia com tentativas frustradas de voar, que iam desde um homem com asas até geringonças despencando em barrancos? Mas eis que em 1906 o 14-bis decola no Campo de Bagatelle, em Paris, e desde então os aviões passaram a fazer parte do imaginário popular.
Se a máquina de Santos Dumont era pouco mais que uma pipa, não demorou muito para surgirem novos projetos mais elaborados. Os biplanos foram estrelas dos céus no período da Primeira Guerra, embora ainda com fuselagem frágil. Na Segunda Guerra, os caças como o Spitfire inglês já apresentavam motores potentes e, com a paz, foram a base tecnológica para o desenvolvimento da aviação comercial.
E foi nos anos 50 e 60 que as linhas aéreas ganharam asas, e voar tornou-se um luxo. Para embarcar, os cavalheiros usavam terno e gravata, e as senhoras vestiam seus vestidos longos e sapatos de salto. Ser uma comissária de bordo era um emprego de enorme glamour, reservado, em geral, a belas jovens. Os voos contavam com jantares nababescos, com mesas postas sobre toalhas de linho, como nos antigos Super G Constellation, que eram usados pela Varig e pela Lufthansa nos anos 60. Com três caudas interligadas, um calombo no teto e bolotas na ponta das asas, é uma das aeronaves mais esquisitas da aviação comercial.
E não menos estranho é o Concorde, o avião supersônico desenvolvido em conjunto por British Airways e Air France, que esteve em operação de 1976 até 2003. Capaz de voar a mais de 1.000 Km/h, precisava de um bico entortado para baixo para conseguir aliar aerodinâmica e visibilidade. Ele conseguia ir rápido, sem dúvida, mas bebia uma enormidade de combustível. Com o tempo, passou a ser economicamente desinteressante, e foi aposentado.
O exclusivo design soviético
Quando falamos de aviões curiosos, os Antonov, fabricados na Ucrânia, ocupam um lugar especial. Seguindo a escola aeronáutica soviética, os projetos Antonov fogem ao comum. E um deles é, literalmente, o maior de todos. O Antonov An-225 Mriya manteve o recorde de maior avião do mundo, o de maior envergadura e o mais pesado – podia decolar com 640 toneladas. Criado nos anos 80 para transportar ônibus espaciais soviéticos, ficou parado por décadas e voltou à ativa nos anos 2000, transportando cargas muito pesadas. Só um exemplar foi construído, e ele esteve até mesmo no Brasil, em 2010 e 2016. Tristemente, este foi destruído no ano passado, mas se espera sua reconstrução por parte da Antonov no futuro.
Dos simuladores aos games
Mas além dos céus, os aviões também conquistaram as telas. Primeiro, surgiram os grandes simuladores de voo, módulos usados pelas companhias aéreas para treinar seus pilotos. Com o aumento do poder de processamento, junto com a diminuição de custo e tamanho dos computadores, esses simuladores entraram nas casas dos aficionados, em jogos como o Flight Simulator da Microsoft e tantos outros títulos que colocam o usuário na cabine de comando.
Em matéria de surpresa aérea, há um título nas plataformas de entretenimento virtual que é fenomenal e vem ganhando cada vez mais atenção. Trata-se do Aviator jogo, uma brincadeira na qual o objetivo é permanecer a bordo do voo o máximo possível, mas sair antes de que aviãozinho acelere e desapareça. É uma mecânica simples – basta apertar um botão. Mas o timing de quando apertar é a chave do jogo, já que quanto mais o usuário permanece, mais a aposta é multiplicada. E não foi por acaso que os desenvolvedores escolheram o avião como tema desse jogo. Afinal, poderia ser qualquer outra coisa – um carro, uma moto, um trem, mas nenhum meio de transporte desperta tanto fascínio e tanta emoção quanto um avião.
Com apenas um século de história, as aeronaves já conquistaram corações. Mas até onde será que podem chegar? Se depender de alguns magnatas americanos, logo teremos aviões voando na estratosfera e em voos turísticos na beira do espaço. Aparentemente, nem o céu é o limite.