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Bahia retomou transplante cardíaco após quase dois anos

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Na quarta-feira (04), o Hospital Ana Nery, unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) em Salvador, voltou a realizar transplante cardíaco após cerca de dois anos sem ofertar o procedimento. O transplante foi viabilizado graças a doação feita por familiares de um paciente de 29 anos, vítima de Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), que estava internado no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana.

De acordo com a Sesab, uma paciente de 49 anos, natural de São Felipe, que aguardava há uma semana na fila por um transplante, recebeu um novo coração e uma nova chance de continuar vivendo.

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Para o transporte do órgão doado, a equipe do Hospital Clériston Andrade contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que realizou a escolta da ambulância que levava o coração até o Hospital Ana Nery, em Salvador, onde o transplante pode ser realizado em tempo hábil. Todo o procedimento de captação precisa acontecer em quatro horas, tempo máximo que o coração pode ficar armazenado. “A cirurgia durou cerca de cinco horas e foi um sucesso, a paciente passa muito bem”, explicou o médico Filinto Marques, membro da equipe do Ana Nery.

A secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana comemorou a retomada do transplante cardíaco em solo baiano. “Hoje é um dia de muita alegria para todos nós. Através de uma família que se dispôs a doar, conseguimos salvar uma vida. Estamos muito felizes com a retomada do transplante cardíaco e com a possibilidade de garantir a realização do procedimento no próprio estado. Esse é o Sistema Único de Saúde que trabalhamos diariamente para construir”, disse.

A paciente transplantada era acompanhada pelo Ambulatório de Insuficiência Cardíaca do Ana Nery, onde realizou uma série de exames para, assim, se tornar apta para a cirurgia. Nos últimos anos, o Governo da Bahia investiu mais de R$ 9,2 milhões em incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas que realizam transplantes no Estado, além de campanhas de sensibilização da sociedade e treinamentos para a preparação de profissionais de saúde.

Mais de 15 profissionais envolvidos

Referência em cardiologia no Estado, desde o mês de setembro o Hospital Ana Nery já estava com tudo pronto para retomada do serviço. Ao todo, uma equipe multidisciplinar com 15 profissionais de saúde especializados em transplante são responsáveis por conduzir os procedimentos, como explica o Coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca Avançada do Hospital Ana Nery e diretor da unidade, Luiz Carlos Santana.

“A equipe conta com quatro cirurgiões cardíacos, dois médicos especialistas em insuficiência cardíaca, dois enfermeiros, fisioterapeutas e anestesistas envolvidos diretamente no cuidado, na operação de captação e de execução do processo de transplante. Para além disso, outros setores do hospital também estão preparados, são diversas especialidades envolvidas para oferecer o tratamento adequado aos pacientes do pré ao pós-transplante”, explicou o diretor.

Dados do Sistema Estadual de Transplantes, mostram que, até agosto de 2023, a Bahia realizou 701 transplantes, sendo 27 de fígado, 210 de rim, 362 de córnea e outros 102 de medula óssea. Atualmente, o Estado realiza cinco tipos de procedimentos: coração, córnea, rim, fígado e medula. No período, o número de doadores de múltiplos órgãos aumentou de forma considerável, saltando de apenas três no primeiro mês do ano para 19 em agosto.

Atualmente, a Bahia conta com uma rede com 23 centros transplantadores, sendo que sete oferecem atendimento pelo SUS. Desses, três são unidades públicas: o Hospital Geral Roberto Santos, o Hospital Ana Nery e o Hospital Universitário Professor Edgard Santos. Além deles, integram a rede os hospitais filantrópicos Martagão Gesteira, em Salvador, e Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana, e os privados IBR, de Vitória da Conquista, e Hospital Português, na capital.

Procedimento garantido

Mesmo durante o período em que a Bahia ficou sem realizar o transplante cardíaco, a população continuou sendo assistida e tendo o procedimento assegurado através do Tratamento Fora do Domicílio, o TFD.

“O TFD é realizado não só por transplante, mas para qualquer situação de saúde em que o estado não tem aquele tratamento. Então quando o estado não dispõe do tratamento ele encaminha para outra Federação, no caso dos transplantes para estados como Pernambuco, São Paulo, Ceará e Brasília. Nesse processo de ir para outro estado, o paciente vai sendo integralmente custeado pelo Estado de origem, no caso nosso a Bahia”, explica o coordenador do Sistema, Eraldo Moura.

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