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Zoológico de Salvador realiza manejo e avaliação clínica em jacarés-de-papo-amarelo

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Visando os cuidados preventivos essenciais para a saúde dos animais e pesquisas científicas voltadas para a conservação da espécie de jacarés-de-papo-amarelo, o Zoológico de Salvador promoveu um abrangente procedimento de manejo e avaliação clínica em 20 exemplares da espécie.

Segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o procedimento envolveu a coleta de amostras biológicas para uma série de análises, abrangendo hemograma, bioquímica sérica, glicemia, investigação de hemoparasitos, microbiota cloacal e soro para testes microbiológicos. Cada animal foi minuciosamente avaliado do ponto de vista físico, incluindo determinação do sexo, medição de parâmetros biométricos e pesagem.

Além dos benefícios diretos para os jacarés, os dados obtidos desempenham um papel crucial na expansão do conhecimento sobre a espécie. As informações coletadas serão compartilhadas com a comunidade científica e a sociedade em geral, contribuindo para a compreensão e conservação desse emblemático réptil.

O médico veterinário do Inema, Paulo Bahiano, ressaltou a importância dessas ações como parte do plano de cuidados veterinários regulares, que visam manter o grupo de jacarés-de-papo-amarelo em perfeitas condições de saúde. “A abordagem preventiva é fundamental para assegurar o bem-estar dos animais sob os cuidados do zoológico”, enfatizou.

Foto: Reprodução/Coisas da Roça

Jacaré-de-papo-amarelo

O jacaré-de-papo-amarelo têm cerca de 2 metros, mas seu comprimento pode chegar a 3,5. O ciclo de vida é longo e pode ultrapassar os 70 anos de idade. Presente em países da América do Sul como Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) ocorre naturalmente nas bacias do São Francisco e Paraná. O animal é um dos objetos de estudo da Embrapa Pantanal, que investiga os hábitos de espécies de jacarés há mais de 30 anos.

Conforme informações do Rural Pecuária, esses crocodilianos vivem em áreas alagáveis como brejos, mangues, pântanos, rios e lagoas, afirma Campos, onde tomam seus longos banhos de sol. Mais de 70% de sua distribuição foi registrada em terras brasileiras, em uma extensão de ocorrência que supera os 2,6 milhões de km². A coloração dos animais varia entre verde-oliva e marrom escuro. Possuem pernas curtas, patas com unhas grandes, focinhos curtos, largos e que produzem uma mordida forte. Sua alimentação consiste de peixes, mamíferos, crustáceos, moluscos, aves e répteis de pequeno e médio porte.

Em relação à reprodução, o acasalamento ocorre entre os meses de agosto e janeiro no país, especialmente quando há temperaturas mais elevadas. O jacaré-de-papo-amarelo costuma botar seus ovos em ninhos que concentram, em média, de 15 a 50 unidades. Por meio de um estudo da Embrapa foi possível determinar que, em determinados locais (como no rio Paraná), esses ninhos são feitos sobre aglomerados de vegetações que flutuam sobre as águas. A incubação dos ovos dura de 65 a 90 dias e é por meio de variações de temperatura que se define o sexo dos animais: até 31º C, nascem fêmeas. Até 33º C, os filhotes serão machos. Acima dessa temperatura, nascem ambos os sexos.

Segundo informações divulgadas na publicação “Avaliação do risco de extinção do jacaré-de-papo-amarelo”, que reúne os conhecimentos de diversos pesquisadores – Campos entre eles – a época de postura no Brasil costuma acontecer entre os meses de outubro e fevereiro. A eclosão dos ovos ocorre entre fevereiro e abril. Porém, esses períodos podem variar em função de alterações ambientais. Esses ovos podem ser predados por lagartos, quatis e aves, mas a maior causa de mortandade embrionária é causada por ataques de fungos, cupins, formigas e bactérias.

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