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Bahia tem 18 cidades com potenciais para se tornarem centros logísticos

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A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apresentou nesta quarta-feira (20) os resultados dos estudos complementares ao Plano Estratégico Ferroviário do Estado da Bahia. A entrega aconteceu durante o evento Pensar a Bahia, quando também foram apresentados estudos preliminares nas áreas de logística regional e economia de baixo carbono, e contou com a presença de secretários de Estado, gestores e especialistas de instituições públicas e privadas.

De acordo com informações da SEI, o estudo complementar ao Plano Ferroviário foi desenvolvido pela Fundação Dom Cabral (FDC), por iniciativa da SEI. O trabalho reforça a vocação natural da Bahia para a logística e mapeia 18 municípios baianos com altíssimo potencial para se tornarem centros logísticos e ampliarem a geração de emprego e renda em seus territórios.

A análise por aglomerados logísticos destaca o potencial de Alagoinhas, Barreiras, Brumado, Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Eunápolis, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Jequié e Juazeiro. Elaborada a partir de indicadores de fluxos, cargas e diversidade de estabelecimentos logísticos, a análise alcançou também as cidades de Lauro de Freitas, Luís Eduardo Magalhães, Mucuri, Salvador, Simões Filho, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista.

“São locais que já têm atividade logística expressiva, bem acima da média do estado, e geralmente correspondem a entroncamentos rodoviários e/ou porto-aeroviários, são locus privilegiados que, sendo alvo de fomento ao desenvolvimento logístico, têm chance de alcançar maiores desdobramentos”, explicou o especialista da FDC Ramon César.

O Plano Estratégico Ferroviário do Estado da Bahia foi elaborado em 2023, pela FDC, por iniciativa da Seplan e CBPM, e sugere diversas e importantes alterações na malha ferroviária baiana, como a implantação do conceito de carga geral. O documento também indica a necessidade da criação de novos ramais e a unificação da bitola, que atualmente é de um metro, para o padrão nacional que é de 1,60 metros, entre outras recomendações. O novo estudo da FDC complementa o Plano com uma proposta de acesso ao Porto de Salvador e propõe tipologias de plataformas logísticas e modelos de governança para os clusters identificados nos municípios.

O estudo também apresenta a análise logística atual de grandes produtos da pauta de importação e exportação, a exemplo da soja, milho, containers e fertilizantes. Como exemplo, mostra que o algodão produzido em Luís Eduardo Magalhães tem 95% de sua carga escoada pelo Porto de Santos e apenas 4% por Salvador. Os especialistas apontaram ainda a existência de poucas linhas regulares para a China e o leste asiático saindo diretamente da Bahia. O material poderá ser consultado em breve no site da SEI.

O diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira, ressaltou que “a SEI está investindo esforços hercúleos para subsidiar o planejamento estratégico de longo prazo. Esse conjunto de informações auxiliará a alta gestão do estado na tomada de decisões e contribuirá para posicionar a Bahia em lugar de destaque nacional, promovendo seu desenvolvimento com inclusão e sustentabilidade”.

O secretário da Casa Civil, Afonso Florence, reforçou a importância dos resultados para o planejamento do Estado. “O governador vem retomando uma política de desenvolvimento econômico e industrial que tem no planejamento seu principal instrumente estratégico, com o PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado 2035) e esses insumos são essenciais para consolidarmos novos caminhos para o desenvolvimento”.

Já o chefe da pasta do Planejamento, Cláudio Peixoto, avaliou a entrega no contexto da atualização do plano de longo prazo até 2050. “Analisamos tendências globais, de Brasil, novas tendências e incertezas críticas da Bahia, e estamos traçando cenários, identificando nossos ativos, nossas fragilidades. Ação de governo é uma ação planejada. Um evento como este, portanto, nos enche de alegria e nós vamos absorver estes insumos no nosso plano de longo prazo”.

“O trabalho sugere que a Bahia poderá acabar com o seu isolamento logístico ao investir em uma estratégia multimodal”, sintetizou o diretor de Estudos da SEI, Edgard Porto, responsável pelo projeto Pensar a Bahia, que busca estudar temas estratégicos de longo prazo de forma conectada. Participaram ainda do evento o secretário Davidson Magalhães, da pasta do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, além de ex-secretários do Planejamento, como Waldeck Ornelas, Armando Avena, Ronald Lobato e Antônio Alberto Valença, entre outras autoridades.

Soluções

No evento Pensar a Bahia, a equipe da SEI apresentou resultados preliminares de dois estudos sobre os temas da logística e da economia de baixo carbono, que podem ser consultados na página do SEIColab – Pensar a Bahia, no site da SEI (www.sei.ba.gov.br). A assessora técnica da SEI Aline Virgílio apresentou os resultados do estudo Logística como fator de desenvolvimento regional na Bahia. O trabalho apresenta soluções em três esferas: Integração regional via fortalecimento da logística estadual do modal ferroviário; Organização espacial da Macrorregião de Salvador (Masterplan); e Organização da Metrópole Inteligente.

A primeira utiliza insumos do Plano Ferroviário e o aprofunda, visando estabelecer a integração logística da Bahia com as demais grandes áreas econômicas do Brasil. A segunda busca integrar investimentos produtivos que potencializam as atividades econômicas de forma espacialmente articulada. E a terceira apresenta estratégias que fortaleçam o uso de sistemas, dentro da Região Metropolitana de Salvador, que a tornem cada vez mais inteligente e articulada, a exemplo de sistema de saúde e dados.

O coordenador de Recursos Naturais e Ambientais da SEI, Anderson Oliveira, apresentou os resultados do trabalho sobre Economia de baixo carbono e enfrentamento da pobreza. A proposta envolve um conjunto de projetos integrados a serem implantados em 34 municípios baianos, na Chapada Diamantina e na Mata Atlântica, com objetivos para 2035, 2045 e 2060. São quatro projetos interligados que envolvem Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), descarbonização, criação de um fundo de investimentos e ações de fomento da agricultura familiar. Prevê ainda um acordo de cooperação técnica com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

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