O Instituto Butantan desenvolveu a primeira vacina brasileira contra a gripe aviária em humanos, que aguarda autorização da Anvisa para iniciar testes clínicos.

De acordo com informações do Instituto Butantan, o estudo será realizado em Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, envolvendo 700 voluntários divididos em dois grupos etários: 18-59 anos e 60+.

A pesquisa é liderada por Rafael Dhalia e Carlos Brito, da Fiocruz Pernambuco e do Plátano Centro de Pesquisas Clínicas, e visa avaliar a segurança e eficácia imunológica da vacina.

Os voluntários receberão duas doses da vacina ou de um placebo, com um intervalo de 21 dias entre as aplicações. Apenas um em cada sete participantes receberá o placebo. Durante sete meses, os voluntários serão acompanhados com visitas e exames para monitorar a segurança e eficácia do imunizante. O estudo será conduzido no Plátano Centro de Pesquisas Clínicas.

Os testes incluirão uma triagem inicial com exames bioquímicos, hematológicos e sorológicos no Real Hospital Português, além de uma análise de imunidade celular da vacina na Fiocruz Pernambuco.

“A vacina em teste se apresenta como uma possível ferramenta para a criação de anticorpos eficazes contra a gripe aviária, funcionando como um pilar preventivo para evitar uma nova crise pandêmica”, explica Dhalia. Ele destaca a contribuição dos voluntários no desenvolvimento de um imunizante com potencial de salvar vidas.

Sobre a gripe aviária

Especialistas alertam para o risco de novas variantes do vírus da gripe aviária, como H5N1, H5N8 e H7N9, conhecidas por sua alta letalidade e capacidade de mutação. Desde 2021, esses vírus causaram a morte de 300 milhões de aves e afetaram 315 espécies silvestres em 79 países.

Em humanos, os casos são raros, mas graves: entre 2003 e 2024, foram registrados 954 casos em 24 países, com 464 mortes, resultando em uma taxa de letalidade de 48,6%.

Interessados em participar do estudo podem realizar a pré-inscrição através deste link.