O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), anunciou que irá pautar projetos para combater ou restringir o alcance de perfis e conteúdos nas redes sociais que promovem a “adultização” de crianças e adolescentes.
A decisão foi comunicada nesta segunda-feira, 11 de agosto, e surge em resposta às denúncias feitas pelo influenciador Felca Bress sobre perfis que utilizam crianças e adolescentes em situações inadequadas para aumentar visualizações e monetização.
De acordo com a Agência Brasil, o tema ganhou destaque após Felca Bress expor perfis que utilizam crianças e adolescentes em roupas inadequadas, dançando músicas sensuais ou discutindo temas adultos em plataformas digitais.
“O vídeo do Felca sobre a ‘adultização’ das crianças chocou e mobilizou milhões de brasileiros. Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade”, declarou Motta em uma rede social.
O influenciador Felca tem sido ativo na exposição de perfis com milhões de seguidores que exploram crianças e adolescentes para aumentar a monetização de seus conteúdos. Ele defendeu que é necessário pressionar as redes sociais para que esses conteúdos não sejam permitidos ou monetizados. “Tira o dinheiro dessa galera que tudo que eles fazem perde o sentido”, afirmou Felca.
Reação do Governo Federal
O governo federal manifestou apoio à iniciativa de Hugo Motta. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a necessidade de responsabilizar as plataformas digitais. “[As plataformas] são capazes de identificar praticamente tudo o que fazem seus usuários. Não podem fingir que não é com elas, como normalmente acontece”, afirmou Hoffmann.
A “adultização” infantil refere-se à exposição precoce de crianças a comportamentos e responsabilidades que deveriam ser reservados aos adultos. Segundo o Instituto Alana, essa prática pode levar à erotização e prejudicar o desenvolvimento emocional e psicológico das crianças.