FOTO: REPRODUÇÃO | ASSOCIAÇÃO QUILOMBO PITANGA DOS PALMARES
Quilombolas celebram memória de Mãe Bernadete e pedem justiça

Quilombolas celebram memória de Mãe Bernadete e pedem justiça

Anúncio

A comunidade de Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, em 17 de agosto, reuniu-se para homenagear Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, dois anos após seu assassinato. As homenagens incluíram um café quilombola, uma missa e a Roda de Oxumaré, orixá de Mãe Bernadete.

A frase “Mesmo diante de tanta dor, o legado continua” foi repetida por muitos presentes, incluindo seu filho, Jurandir Wellington Pacífico.

De acordo com a Agência Brasil, Mãe Bernadete foi assassinada em agosto de 2023. Ela era coordenadora nacional de articulação de quilombos e denunciava a atuação de madeireiros e traficantes em áreas de proteção ambiental. Antes de sua morte, seu filho Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, também foi assassinado. Jurandir, seu outro filho, prometeu continuar o legado da mãe.

Em 2024, as terras da comunidade quilombola foram reconhecidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por suspeita de envolvimento no assassinato de Mãe Bernadete, mas o júri popular ainda não tem data marcada.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou das homenagens e destacou o compromisso do ministério em defender os direitos das comunidades quilombolas. Ela ressaltou que lideranças indígenas e quilombolas são a maioria dos defensores de direitos humanos no programa de proteção do ministério.

O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) visa proteger pessoas ameaçadas por sua atuação na defesa dos direitos humanos.

Um levantamento das organizações Terra de Direitos e Justiça Global revelou que, entre 2019 e 2022, o Brasil registrou 1.171 casos de violência contra defensores de direitos humanos, com 169 assassinatos. Entre 2023 e 2024, foram 486 vítimas, com 55 assassinatos. Apesar da redução, a frequência das violações continua alarmante, com uma pessoa sofrendo violência a cada 36 horas no Brasil.

Anúncio
Anúncio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *