Foto: Mídia Ninja
Harvard homenageia Marielle Franco com a Medalha W.E.B. Du Bois

Harvard homenageia Marielle Franco com a Medalha W.E.B. Du Bois

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A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou que a ativista brasileira Marielle Franco será homenageada com a Medalha W.E.B. Du Bois de 2025. A cerimônia está marcada para esta terça-feira, 4 de novembro.

Marielle, que foi vereadora no Rio de Janeiro e assassinada em 2018, será a primeira brasileira e a segunda latino-americana a receber essa distinção, após a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, em 2024.

De acordo com a Agência Brasil, a medalha é concedida a indivíduos cujas trajetórias fortalecem o legado intelectual e cultural das populações africanas e afrodescendentes. Outros homenageados de 2025 incluem James E. Clyburn, Misty Copeland, Brittney Griner, George E. Johnson, Spike Lee e Amy Sherald.

W.E.B. Du Bois, que dá nome à medalha, foi um importante sociólogo e ativista dos direitos civis nos Estados Unidos. Sua obra “As Almas da Gente Negra” é considerada um marco na literatura afro-americana.

Marielle Franco, por sua vez, destacou-se na luta contra a violência de Estado e pelos direitos humanos no Brasil, com foco nas mulheres negras, populações LGBTQIA+ e comunidades periféricas.

Legado e reconhecimento

Em 2018, o Instituto de Pesquisas Afrolatino-Americanas de Harvard (ALARI) havia convidado Marielle para um simpósio. No entanto, seis semanas antes do evento, ela foi assassinada. Alejandro de la Fuente, diretor do ALARI, destacou que “Marielle esteve conosco no ALARI, e nunca mais saiu daqui”. A homenagem reconhece a interseção entre militância, ciência e produção intelectual no campo afro-diaspórico.

Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados em outubro de 2024 pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Lessa recebeu uma pena de 78 anos, enquanto Élcio foi condenado a 59 anos. Ambos foram considerados culpados por duplo homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio contra a jornalista Fernanda Chaves.

As investigações apontaram que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão encomendaram o assassinato, e que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, teria planejado o ato e atrapalhado as investigações. Os três respondem a uma ação penal no STF, que ainda está em fase de instrução, sem data prevista para julgamento.

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