Uma parceria entre o Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi e o 17º Batalhão de Polícia Militar (17º BPM) resultou na criação de uma ferramenta promissora no registro e acompanhamento de ocorrências policiais.
Após cerca de seis meses de desenvolvimento, professores e estudantes do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas entregaram aos agentes de segurança pública a aplicação ROP-E – Relatório de Ocorrências Policiais. A ferramenta será usada pelos policiais no registro das ocorrências, simplificando todo o processo e reduzindo a burocracia dos procedimentos policiais.
Além disso, o ROP-E emite relatórios e cria a mancha criminal das cidades atendidas pelo 17º BPM e suas Companhias. Estas informações auxiliarão a corporação no processo de planejamento estratégico e tomada de decisões.
O aplicativo começou a funcionar em fase de testes no início da semana e teve o lançamento oficializado em uma reunião no auditório do batalhão, com a presença do comandante Ten. Cel. Artur Mascarenhas, do diretor-geral do IF Baiano, Carlitos de Barros, dos policiais envolvidos na implantação do sistema, além dos estudantes e professores que trabalharam no desenvolvimento da ferramenta e da professora Bárbara Lessa, coordenadora do curso.
Para o comandante do 17º BPM, o resultado da parceria superou as expectativas. Ele acredita que a iniciativa se tornará referência em todo o Estado. “Superou as nossas expectativas, nós imaginávamos um programa que atendesse os registros de ocorrência e tivemos acesso a um produto final que faz o georreferenciamento da mancha criminal das cidades, um banco de dados e relatórios que são de fundamental importância para o controle da criminalidade e para a aplicação do policiamento ostensivo na região”, disse.
Segundo o comandante, o 17º BPM vem usando tecnologias para auxiliar os policiais nas rondas, operações e atendimento a ocorrências. Toda viatura é equipada com um Smartphone com sistema de rádio e de georreferenciamento, facilitando a comunicação e diminuindo o tempo de resposta no atendimento às ocorrências. Estas iniciativas estão contribuindo para a redução dos índices de violência na região. Ainda de acordo com o comandante, o ROP-E será apresentado ao comando geral da Polícia Militar da Bahia e pode se tornar referência no Estado.
O projeto foi desenvolvido pelos estudantes, sob coordenação dos professores Cleyton Leite e Fábio Lima, alinhados com os polícias militares da área de inteligência do Batalhão. O sistema funciona tanto em celulares quanto e computadores, facilitando a inserção dos dados de registros de ocorrências.
O professor Fábio Lima ressaltou o empenho dos estudantes e o interesse e colaboração dos polícias no desenvolvimento da ferramenta.”Mesmo a distância, por conta da pandemia, conseguimos integrar os alunos e estimulá-los na aplicação dos conhecimentos e aprendizados do curso, em uma proposta que irá impactar toda uma sociedade através de um aplicativo capaz de auxiliar na segurança pública da região. Houve um interesse mútuo e isso foi fundamental para o bom resultado”, ressaltou.
O ROP-E nasceu a partir de uma iniciativa do Cabo Almeida, que já havia desenvolvido um sistema para registro das ocorrência que era utilizado pelo batalhão. Segundo o policial, a parceria com o IF Baiano permitiu implementar novas ferramentas e tecnologias que ainda não estavam disponíveis para a corporação. “Este projeto ainda é uma semente e poderemos acrescentar mais módulos que auxiliarão a corporação em seu trabalho de segurança pública”, disse.
Para Carlitos de Barros, diretor-geral, o IF Baiano sempre vai estar aberto a novos desafios e a integração com as demais instituições presentes em seu contexto deve ser sempre fortalecida. “Nós estamos buscando aproximar as instituições do nosso entorno para que possam interagir e cooperar mutualmente na criação de soluções que possam fortalecer os serviços prestados à população”, disse.
Depoimento dos alunos de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e do professor Cleyton Leite:
O projeto do ROP-E foi de grande ganho para mim. Eu atuei nele principalmente como desenvolvedor “front-end”, uma área que estava bem longe da minha zona de conforto.
O ROP-E surgiu de uma parceria entre o 17º BPM e o IF Baiano a partir de uma problemática existente: gerenciamento de ocorrências – criar um serviço onde todas as informações pudessem ser quantificadas para fins estratégicos, além de trazer a praticidade e dinamicidade para o policial. Tem sido desde início um grande desafio para toda a equipe, principalmente devido à situação em que nos encontramos de pandemia, sendo necessário tomar medidas cautelares para que o projeto continuasse a todo vapor. O compartilhamento de ideias para o desenvolvimento do sistema foi o âmbito mais afetado, já que esta modalidade passou a ser realizada de forma remota. Levando-se em consideração esses aspectos, o conhecimento agregado – novas tecnologias e principalmente as relações humanas, foram de grande valia para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Agradeço o apoio do IF Baiano – professores e colegas – e do 17º BPM pelo acolhimento e atenção – Gabriel Lobo
O projeto em questão está disponibilizando para nós alunos a experiência prática da área de desenvolvimento, com ele estamos progredindo e aumentando o nosso conhecimento de forma dinâmica com a orientação de professores experientes. Tenho certeza de que ao decorrer do projeto iremos adquirir ainda mais conhecimento e experiência para enfrentar dificuldades que encontramos no início como a comunicação e levantamento de requisitos que com o auxílio de nossos professores conseguimos aprender e superar – Djalma Neto
Em sala de aula questionamentos comuns são: “porque estou estudando isto?”, “como vou colocar este assunto em prática?”. Parcerias como esta permite aos discentes encontrar as respostas destes questionamentos. O desenvolvimento do ROP-E ainda promove aos discentes praticar uma interdisciplinaridade constante, além de envolver diversas disciplinas nas áreas da Engenharia de Software, Gestão de Projetos, Modelagem de Dados, Empreendedorismo, Redes de Computadores, e toda a carga das disciplinas de desenvolvimento de software. A prática aplicada é tão exigente e criteriosa quanto a abordada em muitas empresas de tecnologia. Isso faz com que os discentes sintam-se orgulhosos e confiantes, pois colocam todo o conhecimento adquirido em prática ao entregar um produto de alta qualidade. Este projeto mostra o quanto é fundamental parcerias que agregam valores às ações do Instituto, mostrando a sua capacidade em promover soluções complexas e relevantes para a sociedade. Que parcerias como esta sejam uma constante na promoção do processo de ensino e aprendizagem, bem como na consolidação do Instituto Federal Baiano campus Guanambi na produção de Tecnologia da Informação. – Cleyton Fábio Leite – Professor do curso de ADS