Deve voltar a chover em boa parte da Bahia nos próximos dias de acordo com as previsões dos institutos de Meteorologia. Os maiores volumes devem se concentrar nas regiões Oeste, Sul e em toda a faixa litorânea do Estado. Nesta localidades, o acumulado em dez dias deve variar entre 70 e 100 mm.
Também há previsão de chuvas entre 50 e 70 mm no mesmo período para a região de Guanambi. Com o cenário de cheia em toda a bacia do rio Carnaíba de Dentro e seus afluentes, todas as lagoas e alagadiços estão cheios e os solos continuam saturados. Isto vai favorecer o escoamento da água, fazendo com que as barragens recebam mais água e continuem sangrando.
Na última sexta-feira (21), de acordo com dados da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o reservatório de Ceraíma estava vertendo água com a lâmina passando a quatro centímetros acima do sangradouro. No momento mais intenso do vertimento, este nível ultrapassou os 30 centímetros.
Já Poço do Magro estava com a água passando a dois centímetros do sangradouro. Como a barragem atingiu 100% de suas capacidades dias após as chuvas, o nível de vertimento máximo passou um pouco dos dez centímetros.
Ceraíma encheu completamente e começou a sangrar na madrugada do dia 9. Após chuvas em algumas das cabeceiras no dia seguinte, o pico de vertimento foi atingido no dia 10. Poço do Magro demorou mais um pouco, iniciando o vertimento no dia 11, com pico nos três dias seguintes.
A Barragem de Ceraíma armazena 50,09 milhões de metros cúbicos (m³), enquanto Poço do Magro tem capacidade para 37 milhões de m³.
Tem sido comum a presença de pessoas nos vertedouros das duas barragens nas últimas semanas. A Codevasf, responsável pelos dois locais, alertou que barragens são áreas de segurança e não devem ser vistos como pontos turísticos devido ao risco de acidentes.
https://agenciasertao.com.br/2022/01/24/chuvas-devem-voltar-as-regioes-de-guanambi-e-vitoria-da-conquista-nos-proximos-dias/
Estreio e Cova de Mandioca
As barragens de Estreito e Cova de Mandioca, no município de Urandi, também receberam bastante volume de água. A primeira delas chegou a 100% da capacidade e chegou a verter água pelo sangradouro. No entanto, as duas são ligadas por um canal que transfere água para Cova de Mandioca.
Na última sexta-feira, o volume de estreio era de 38,3 milhões de m³, o que corresponde a 59% da capacidade de pouco mais de 65 milhões. Já Cova de Mandioca está com 87,6 milões de m³, 69% dos quase 120 milhões de m³ de capacidade.
Na última quinta-feira, uma reunião foi realizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) com entidades representativas para debater a alocação de água. Antes de atingirem os volumes atuais, as duas barragens estiveram com seus reservatórios com muito pouca água armazenada e foi preciso reduzir a captação, principalmente para irrigação.
Com o cenário bastante diferente, os múltiplos usos do recurso hídrico devem ser regularizados.