back to top

Estudo releva que risco de acidente em rodovias sob administração pública é 4x maior

Um estudo divulgado nesta terça-feira (5) pela Fundação Dom Cabral (FDC), revelou que o risco de ocorrer um acidente em rodovia sob gestão pública é até quatro vezes maior do que em rodovia concedida à iniciativa privada. A pesquisa foi feita com base em dados de acidentes de trânsito registrados pela Polícia Rodoviária Federal entre os anos de 2018 e 2021.

Durante o período, foram registrados 264.196 acidentes de trânsito em rodovias sob jurisdição federal, sendo que a incidência desses acidentes foi maior nas rodovias que são administradas pelo Poder Público (79,7%) do que nas rodovias concedidas (20,3%). Quando se considera a gravidade dos acidentes, a taxa de severidade nas rodovias sob gestão pública corresponde a 80,4%, enquanto nas vias concedidas é de 19,6%.

De acordo com Paulo Resende, professor da fundação e pesquisador responsável pelo estudo, um dos objetivos com a divisão público e privado é convencer a gestão pública brasileira e a sociedade de que devemos criar fontes de financiamento para que as nossas rodovias sob gestão pública melhorem.

Para o pesquisador, o que explica o fato das rodovias públicas serem mais perigosas e propensas a acidentes é, inicialmente, a falta de investimento. “O acidente que mais mata no mundo inteiro é a colisão frontal. Quando você tem uma concessão, uma das obrigações é de duplicar a pista e aí você reduz os acidentes de colisão frontal, que são os que mais matam”, afirmou Paulo.

Algumas outras questões apontadas foram modos de financiamento, além do orçamento públicio e melhorar as falhas de gestão. “O mapeamento, a gestão conjunta, a gestão consolidada e integrada entre os entes da federação. Temos que ter intervenções em trechos historicamente conhecidos, por exemplo. Não podemos ficar, como temos o chamado Anel Ferroviário de Belo Horizonte, com um conflito de gestão onde ninguém assume” falou Resende.

O estudo mostrou ainda que a maior parte (80%) dos acidentes ocorridos nas estradas federais acontecem em apenas 46% da extensão da pista. “Isso significa que nós, historicamente, sabemos onde os acidentes acontecem no Brasil.”, disse Resende.

O estado brasileiro que apresenta a maior taxa de acidente e também a maior taxa de severidade [gravidade] é o Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Já as rodovias brasileiras que apresentam maior taxa de acidente de trânsito e maior taxa de gravidade das ocorrências são a BR-101, que começa no Rio Grande do Norte e segue até o Rio Grande do Sul, e a BR-116, que vai de Fortaleza ao Rio Grande do Sul.

O estudo também demonstra que os trechos de rodovias que se aproximam das cidades são os mais perigosos. “É quando nós temos aquela pessoa que sai de casa para ir a um supermercado e entra em uma rodovia federal. Naquele momento, a pessoa começa a conflitar com, por exemplo, um caminhão que está indo do Sul para o Nordeste do país. São movimentos diferentes, dinâmicas muito diferentes.”

A pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral ainda será objeto de desdobramentos buscando entender também quais são os principais tipos de acidentes.

Segundo a Agência Brasil, o Ministério da Infraestrutura informou que, entre 2019 e junho deste ano, foram revitalizados, construídos ou duplicados 4,7 mil quilômetros de rodovias federais pelo país. Segundo o órgão, com a redução orçamentária que ocorre nos últimos anos devido à necessidade de ajuste fiscal do país, os investimentos têm sido realizados em parceria com a iniciativa privada. Além disso, também, são feitas campanhas educativas de segurança no trânsito.

Notícias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile