O Governo Federal anunciou, nesta quarta-feira, 8 de outubro, o terceiro leilão do Programa Eco Invest Brasil, iniciativa coordenada pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
O programa busca atrair investimentos internacionais em participação societária (equity) para financiar projetos voltados à transição ecológica, com recursos do Fundo Clima.
A principal novidade desta edição é a inclusão de um mecanismo de hedge cambial, que oferece proteção parcial contra variações do real em condições mais vantajosas que as do mercado. A medida visa reduzir o risco para investidores estrangeiros e aumentar a confiança no ambiente de negócios sustentável no Brasil.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o modelo representa “um novo paradigma de financiamento sustentável” entre países emergentes.
“Ao oferecer proteção cambial, o governo amplia a confiança, atrai capital de longo prazo e impulsiona projetos estratégicos que fortalecem o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou.
Os recursos do leilão serão direcionados a instituições financeiras, que deverão estruturar mecanismos de mitigação de riscos e mobilizar capital privado para os projetos apoiados.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o papel do programa na descarbonização da economia e no fortalecimento da transformação ecológica.
“É um sinal claro do protagonismo do Brasil nessa agenda global”, afirmou.
Entre as áreas que receberão investimentos estão bioeconomia (superalimentos, biosaúde, biofertilizantes), transição energética (biogás, hidrogênio verde, SAF) e economia circular (reciclagem, bioplásticos, gestão de resíduos).
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Reino Unido apoiam o programa. Segundo a embaixadora britânica Stephanie Al-Qaq, o Eco Invest “reforça o papel do Brasil como líder na agenda verde global”.
Nas edições anteriores, o Eco Invest Brasil mobilizou mais de R$ 75 bilhões, sendo R$ 46 bilhões de origem estrangeira, com recursos aplicados em saneamento básico, produção de combustível sustentável e recuperação de áreas degradadas.
As propostas para esta nova rodada poderão ser apresentadas até 19 de novembro de 2025, conforme a portaria publicada pelos ministérios.